quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Transgênicos

Os 7 pecados capitais dos transgênicos
Conheça os principais problemas dessa tecnologia que coloca em xeque a biodiversidade do planeta, provoca inúmeros problemas na agricultura mundial e afronta diretamente o Princípio da Precaução, da ONU.
1. Contaminação genéticaAgricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgânico já sabem: se tiver alguma plantação transgênica nas redondezas, a contaminação é garantida e a missão, impossível. Tem sido assim nos Estados Unidos, onde tudo começou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Com a contaminação, agricultores têm prejuízos ao perderem o direito de vender suas safras como convencionais e/ou orgânicas.
O Greenpeace tem publicado anualmente um Registro sobre Contaminação Transgênica sobre os muitos casos verificados em todo o mundo.
2. Ameaça à biodiversidadeA contaminação genética pode ter também um efeito devastador na biodiversidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vêm sendo cultivadas há milênios pela humanidade. Além disso, os transgênicos podem afetar diretamente seres vivos que habitam o entorno das plantações, conforme indicam estudos científicos - como no caso das borboletas monarcas, que são insetos não-alvo da planta transgênica inseticida, mas são também atingidas.
3. Dependência dos agricultoresA empresa de biotecnologia Monsanto é hoje a maior produtora de sementes do mundo, convencionais e transgênicas. Além disso, é também uma das maiores fabricantes de herbicidas do planeta, com destaque para o Roundup, muito usado em plantações de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada - semente transgênica mais o herbicida ao qual a planta é resistente -, os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucas empresas e das políticas de preços adotadas por elas. Ver aqui.Outro grande problema verificado nos países que têm adotados os transgênicos - principalmente os Estados Unidos e Argentina -, é a draconiana propriedade intelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgênicas. O agricultor é proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faça isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquer maneira caso a sua plantação sofra contaminação genética de uma outra transgênica - e ele não tiver como provar isso.4. Baixa produtividade
Os argumentos de quem defende os transgênicos como solução para a crise alimentar que vivemos vêm caindo por terra dia após dia. Os transgênicos já se mostraram pouco
competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgênicos não foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotóxicos fabricados por essas mesmas empresas. Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas.
5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem)
O Brasil tem uma lei de rotulagem em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usam 1% ou mais de matéria-prima transgênica. No entanto, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto - e mesmo assim só depois de terem sido acionadas judicionalmente pelo Ministério Público. Há milhares de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros que chegam à mesa das pessoas sem a devida informação sobre o uso de substâncias geneticamente modificadas, numa afronta direta à lei e num claro desrespeito ao consumidor.O Greenpeace publica, desde 2002, o
Guia do Consumidor com uma lista verde de produtos que não usam transgênicos em sua fabricação e outra lista, vermelha, com produtos que podem conter organismos geneticamente modificados em sua composição.
6. Uso excessivo de herbicidaO caso da Argentina é emblemático: depois que os transgênicos começaram a serem plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu no país, que passou a ser um dos que mais usam produtos químicos em plantações no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A explicação é simples: como os transgênicos são resistentes a um tipo específico de herbicida, o agricultor usa cada vez mais dele para proteger sua plantação de pragas. Com o tempo, no entanto, esse
uso excessivo provoca problemas no solo, nos trabalhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida (arquivo em pdf para baixar), exigindo mais e mais aplicações. 7. Ameaça à saúde humana
Não existem estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatórios nesse sentido - e ainda assim, seus produtos são aprovados. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas sérios, como alterações de órgãos internos (rins e fígado) de cobaias alimentadas com milho transgênico MON863 da Monsanto.E ainda há o risco do uso excessivo do glusofinato, componente ativo da variedade transgênica Liberty Link, da Bayer, presente tanto no milho como no arroz geneticamente modificado produzido pela empresa. Problemas como esses levaram alguns países,
como a Áustria, a proibírem a importação e comercialização desses produtos.
No Brasil, infelizmente, não existe o mesmo cuidado. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela aprovação de transgênicos no país, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistência em outros países, como no
caso do milho MON810, da Monsanto, proibido na Europa e liberado no Brasil.
http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/os-sete-pecados-capitais-dos-t

Arroz transgênico

Arroz transgênico da Bayer: o perigo ronda consumidores brasileiros
12 de Fevereiro de 2009
Ao se recusarem a servir arroz transgênicos a seus clientes, as principais cadeias de restaurantes de Manila, nas Filipinas, demonstram respeito ao consumidor e ao meio ambiente.
Brasília (DF), Brasil — CTNBio convoca audiência pública para discutir variedade geneticamente modificada. Greenpeace pediu para participar da reunião.
Os consumidores podem se preparar. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) está prestes a modificar um dos alimentos mais importantes na dieta do brasileiro: o arroz. Diferente da soja e do milho transgênicos, que também são destinados à alimentação animal, o arroz é quase todo destinado a alimentação humana, e pela primeira vez os transgênicos podem estar no prato diário do brasileiro.
Para discutir a aprovação do arroz LL62, da Bayer, será realizada no próximo dia 18 de março, em Brasília, uma audiência pública. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (12/2), na primeira reunião do ano da CTNBio, que continua vendada frente aos riscos que a população brasileira estará sujeita com essa liberação.O regimento interno da CTNBio permite, durante a audiência pública, a exposição de argumentos de cientistas e da sociedade civil, mas a escolha desses expositores é feita exclusivamente pela própria Comissão. Não há critérios formalmente definidos para a seleção de quem pode falar durante a audiência e os cientistas da CTNBio podem se isentar de responder às perguntas da sociedade civil.
O Greenpeace apresentou um pedido de participação como expositor e aguarda retorno da Comissão. "Existem vários estudos e fatos que mostram as desvantagens do arroz da Bayer em termos ambientais, econômicas e de saúde, e é isso que queremos apresentar no dia 18. A maior parte da soja e milho produzidos no país são destinados a alimentação animal. Com o arroz, a situação é mais grave e o risco aumenta, pois é consumido diretamente pelas pessoas", explica o coordenador da campanha de transgênicos do Greenpeace, Rafael Cruz.
Além do agendamento da audiência pública, a primeira reunião da CTNBio no ano foi marcada por um intenso debate sobre a necessidade de se "simplificar" o processo de aprovação de campos experimentais de cultivos transgênicos no país, proposta por Luiz Antônio Barreto de Castro, representante do Ministério de Ciência e Tecnologia na CTNBio. Uma nova votação sobre essa Resolução Normativa chegou a ser sugerida, para determinar essas novas regras – mesma votação realizada em novembro passado.
"Não faz o menor sentido estabelecer um novo conjunto de regras, após menos de quatro meses da última publicação. Ainda mais um conjunto que pretende aprovar irresponsavelmente campos experimentais", argumenta Rafael.
O arroz transgênico LL62 da Bayer foi modificado geneticamente para resistir a um agrotóxico, com a introdução de uma sequência genética de bactéria - a mesma implantada no milho Liberty Link, também da Bayer. A propriedade adquirida pelo arroz é a resistência ao agrotóxico glufosinato de amônio.
Estudos independentes sobre os impactos do glufosinato na saúde humana e animal indicam que, quando testado em ratos, sua ingestão foi responsável por alterações no sistema nervoso, tremores, convulsões, reações alérgicas, além da permanência residual da substância no fígado, rins e no leite.

http://www.greenpeace.org/brasil/transgenicos/noticias/arroz-transg-nico-da-bayer-o

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Aumento de 73% !!!

09 de Agosto de 2004
A incidência de câncer em crianças com até 15 anos aumentou nos últimos 30 anos na cidade de São Paulo, segundo pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Entre os meninos, o crescimento foi de 73% e, entre as meninas, 61%. A explicação, de acordo com o estudo, pode estar associada a causas genéticas e a exposição dos pais a fatores de risco, como substâncias químicas, cigarro e álcool.
De acordo com a pesquisa, em 1969 a incidência foi de 128,5 casos em cada 1 milhão de meninos e 120,9 em cada 1 milhão de meninas. No período entre 1997 e 1998, os números subiram para 222,5 e 195 para cada 1 milhão, respectivamente.
A maior ocorrência entre o sexo masculino ainda não é bem explicada e ocorre também em outros países, segundo a publicação. Vimos que houve mesmo um aumento da incidência. Além do fator genético, que tem influência, tudo leva a supor que seja também por uma maior exposição dos pais a fatores de risco. Profissões que lidam diariamente com derivados de petróleo, solventes, inseticidas e chumbo podem interferir. Durante a gestação, o uso de alguns tipos de medicamentos, de tabaco, álcool e maconha também, afirma o médico
Antonio Pedro Mirra, professor do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP e coordenador do grupo que fez a pesquisa.
O estudo listou os principais tipo de tumores que mais afetam essa população. Por estarem em desenvolvimento, são mais freqüentes as leucemias, linfomas e tumores nos sistemas nervoso e ósseo. Dentre esses, a faixa mais propensa a desenvolver um câncer é de 0 a 4 anos. Já nos adultos, que enfrentam um processo degenerativo, ocorre uma predominância dos tumores de pulmão, estômago, intestino e próstata.
Para Mirra, o resultado é importante para chamar a atenção dos médicos e da sociedade para a necessidade de eliminar ou minimizar a exposição a esses fatores de risco. Os outros dois passos para a diminuição desses números, segundo o pesquisador, seriam aumentar o diagnóstico precoce e prolongar a sobrevida dos pacientes, com tratamentos adequados.
(O Estado de S.Paulo)

http://aprendiz.uol.com.br/content/pinupricro.mmp

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Alimentação inadequada e desempenho escolar

Cuidado com o lanche é uma das ferramentas para prevenir doenças, como obesidade e diabete
Fernanda Aranda, JORNAL DA TARDE

Para vencer o que os nutricionistas chamam de "analfabetismo nutricional", pais precisam solucionar a equação: cálcio + proteína + energia - gordura trans. A matemática, que parece simples, não está sendo resolvida pelos adultos. Os resultados estão no aumento do índice infantil de obesidade, hipertensão e colesterol.
Na volta às aulas, o desafio vem à tona. O alerta é que uma alimentação inadequada na hora do lanche prejudica não só o desenvolvimento da criança, como o próprio desempenho escolar. E as opções expostas nas prateleiras dos supermercados podem ser vilãs, como atestou pesquisa da nutricionista Elaine Monteiro Occhialini na lancheira dos alunos da Escola da Vila, na zona oeste de São Paulo. "Os achocolatados em caixinha ofereciam metade do cálcio indicado e, de 9 marcas de bolachas, 7 tinham o dobro de gordura e sal do que o recomendado", diz ela, que inspecionou o rótulo de produtos levados pelos alunos por uma semana.
Os resultados encontrados por Elaine foram enviados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Há cinco anos, ela começou uma mudança no lanche dos alunos. Aos poucos, até a cenoura consegue vencer o chocolate na preferência da criançada. Na cantina da instituição, frutas, sucos e queijos estão na lista de pedidos. "Tudo é negociado com eles. Eles participam do processo de educação alimentar", diz Elaine.
Rosana Perim Costa, gerente de nutrição do Hospital do Coração, ressalta que o cuidado com o lanche dos filhos é uma das ferramentas para prevenir resultados diagnosticados em estudos recentes. A radiografia nutricional de alunos em fase pré-escolar, concluída em 2008, revelou que nas creches públicas 26% das crianças até de 6 anos pesavam mais do que o recomendado. Nas particulares, a taxa sobe para 34%. Por isso, a recomendação para a base do lanche é usar leite e derivados, barra de cereais e frutas.

Bomba populacional

por Andrea Vialli, 30.01.09

Em 1968, Paul Ehrlich, biólogo da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, publicou com grande celeuma seu livro 'The Population Bomb', onde defende que os países adotem um controle populacional rígido, de modo a evitar uma escassez de alimentos e outros recursos naturais. Na época, ele próprio foi bombardeado por gente da esquerda e da direita. Os detratores da esquerda diziam que ele tinha inspirações nazistas em defender o controle populacional. Os da direita diziam que suas idéias eram uma afronta aos direitos individuais. Ehrlich tinha 36 anos quando publicou o livro.
Ele errou ao prever que, nas décadas de 1970 e 1980, milhões de pessoas morreriam de fome por causa da escassez de comida. Mas hoje, aos 76 anos, Ehrlich volta a ser comentado. Suas idéias caíram no gosto dos estudiosos e ativistas da sustentabilidade. Ele manteve sua idéia original - de que o crescimento sem limites da população e o hiperconsumo não são compatíveis com a finitude dos recursos naturais.
E mais: junto com sua esposa, Anne Ehrlich, o cientista criou uma fórmula matemática para calcular a pressão dos humanos sobre a Terra: I=PAT. Na equação, I é o impacto ambiental, medido pela multiplicação de P (o tamanho da população de uma área), A (média do consumo individual, medido pelo PIB per capita) e T (tecnologias empregadas e seu impacto em termos de emissões de gases de efeito estufa).
O debate neomalthusiano voltou a ganhar espaço face a questões como segurança alimentar, pobreza, suprimento de energia e mudança climática. A população do mundo atualmente está em 6,8 bilhões de pessoas - quatro vezes o tamanho da população há um século atrás - e, embora as taxas médias de fecundidade estejam em queda (2,8 filhos por mulher nas nações mais pobres e 1,6 nas mais ricas), anualmente em torno de 75 milhões de habitantes são acrescentados ao planeta.
Há quem diga que o problema não é a quantidade de pessoas no planeta, e sim seu padrão de consumo e também o desperdício de recursos como água e comida. Nesse time, está a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em seu relatório “Perspectivas do Meio Ambiente para 2030”, o grupo prevê que só o “stress hídrico” atingirá 3 bilhões de pessoas. “A população não representa um problema em si. As pressões exercidas sobre os recursos naturais não vem do número de habitantes, mas de seus hábitos de consumo.” Nunca é demais lembrar que a OCDE reúne os países mais ricos do mundo, justamente aqueles que tem o padrão de consumo mais elevado.

Fogo e flexibilidade

Dietas de alto valor nutritivo tornaram-se necessárias para sustentar as exigências energéticas do cérebro

CHICAGO, EUA - Richard Wrangham já provou praticamente todas as coisas que os chimpanzés comem na África, e uma vez pensou na hipótese de descobrir se conseguiria viver dessa dieta. "Percebi que ia passar um bocado de fome", disse ele. "Seria difícil para um ser humano sobreviver numa dieta de chimpanzé".
A assinatura da dieta humana é o cozimento, disse ele numa reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS). Ao alterar a forma de amidos, gorduras e proteínas, o cozimento concentra nutrientes nos alimentos, disse ele e a um painel que debateu os hábitos alimentares dos primeiros seres humanos.
Alinhados sobre a mesa estavam vários crânios antigos, provas do desgaste causado pelas comidas primitivas, sorrindo para a plateia.
O que nossos antepassados mais remotos comiam é, há tempos, assunto de especulação entre antropólogos como Wrangham, da Universidade Harvard. cada vez mais evidências trazem pistas sobre a dieta primordial.
"O marco da dieta humana é flexibilidade, a capacidade de encontrar ou criar uma refeição em qualquer ambiente", disse o antropólogo William Leonard, da Universidade Northwestern.
Dietas de alto valor nutritivo tornaram-se necessárias para que os seres humanos pudessem satisfazer as crescentes exigências energéticas de um grande cérebro.
Os elementos essenciais da dieta humana têm densidade nutricional muito maior que os de outros primatas, que conseguem subsistir de folhas e frutos, disse ele.
O tamanho e formato da mandíbula, e o desgaste dos dentes podem nos dizer muito sobre o que os povos antigos comiam, disse Peter Ungar, da Universidade de Arkansas.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Habitos diferentes, novos riscos

Estudo realizado na Unifesp mostra que estilo de vida ocidental pode ser responsável por alta prevalência de diabetes e risco cardiovascular entre nipo-brasileiros. Atividade física e mudança na dieta seriam medidas eficazes de prevenção

Agência FAPESP – Os hábitos de vida do Ocidente podem estar deteriorando a saúde da população nipo-brasileira. Estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) entre 1993 e 2007, em Bauru (SP), indicou uma alarmante prevalência de diabetes e fatores de risco cardiovascular entre descendentes de japoneses. No entanto, a fase final do estudo, que consistiu em uma intervenção junto a essa população, demonstrou que algumas mudanças na dieta e a prática de atividades físicas podem ser medidas efetivas para combater o problema.
A primeira fase da pesquisa, em 1993, indicou que a prevalência de diabetes entre os descendentes de japoneses era de 20%, em média, contra 7,5% na população brasileira em geral. Em 2000, a segunda fase revelou que o problema havia se agravado: a prevalência de diabetes entre nipo-brasileiros era de 35%.

Os resultados da segunda fase – um Projeto Temático apoiado pela FAPESP – foram publicados na mais recente edição da revista Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. A terceira fase foi realizada entre 2005 e 2007.
De acordo com a autora principal do artigo, Antonela Siqueira, que atualmente é pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), os descendentes de japoneses têm uma predisposição genética aos males causados por fatores típicos do cotidiano ocidental, como sedentarismo, estresse e alimentação rica em gordura e açúcar.
“A primeira fase do estudo indicou que a prevalência de diabetes entre os nipo-brasileiros era quase o triplo do resto da população. Em 2000, começamos a estudar a presença da síndrome metabólica – o conjunto de fatores de risco cardiovascular, que inclui diabetes, hipertensão arterial, distúrbios lipídicos e obesidade”, disse Antonela à Agência FAPESP.
Bauru foi escolhida, segundo a pesquisadora, por ter uma comunidade nipo-brasileira ampla e pouco miscigenada, com fácil acesso ao hospital em que foram feitas as análises clínicas. Em 1993, foram avaliados 647 indivíduos de 40 a 79 anos, descendentes de primeira e segunda geração. Em 2000, o estudo foi ampliado para 1.330 indivíduos.
“Em 2000, estudamos também os fatores dietéticos que poderiam contribuir para a prevalência da síndrome metabólica, que, conforme detectamos nessa época, era maior que 5%. O aumento do diabetes nos surpreendeu: passou de 20% para 35% em apenas sete anos”, afirmou.
Embora a população nipo-brasileira não tenha uma obesidade importante, os voluntários apresentaram alta taxa de gordura visceral. “O que importa para essas doenças é a cintura abdominal e não a obesidade periférica. Para os nipo-brasileiros, gordura no abdome significa perigo para a saúde. Os problemas aparecem quando a medida passa de 102 centímetros, para um homem ocidental, ou dos 90 centímetros, para um oriental”, apontou.
Os pesquisadores detectaram um aumento de glicemia – ou perda de tolerância à glicose –, que foi associado principalmente ao consumo exagerado de carboidratos refinados, sem fibra, como pão e arroz não-integrais.
“A alta prevalência de síndrome metabólica foi associada a um aumento no consumo de gordura saturada, que aumenta o colesterol ruim. A avaliação longitudinal mostrou que o fator que mais contribuiu para isso foi um consumo exagerado de carne vermelha”, disse Antonela.
O estudo transversal analisou de uma só vez, em uma série de exames, a condição da população de descendentes de japoneses naquele momento e mostrou que todos os indicadores ligados à síndrome metabólica haviam aumentado entre 1993 e 2000.
“Havia aumento do colesterol, do diabetes e principalmente dos triglicérides – associados ao açúcar –, que apareceram aumentados em 66% da população. Enquanto o nível normal é de 150 mg/dL, a média entre os nipo-brasileiros ficou em 240 mg/dL. Alguns indivíduos tinham valores próximos de mil”, afirmou.
A prevalência de doença cardiovascular – que pode resultar em infarto, derrame, obstrução arterial periférica e arteriosclerose, atingiu 14% da população analisada. “Se fosse em idosos, essa prevalência não poderia ser considerada muito alta. Mas, para uma população a partir de 30 anos, é altamente preocupante”, disse Antonela.

Ação efetiva
De acordo com Bianca de Almeida Pitito, doutoranda da Unifesp que participou da terceira fase do estudo, a partir dos resultados da pesquisa de 2000 o grupo começou a planejar um programa de intervenção.
“Ao constatar que o diabetes havia aumentado tão drasticamente em sete anos e que havia prevalência da síndrome metabólica, concluímos que, se nada fosse feito, a tendência era que dentro de mais alguns anos os problemas ficassem ainda mais graves. Por isso, planejamos a intervenção”, disse Bianca à Agência FAPESP.
Com uma equipe interdisciplinar, contando com nutricionistas e educadores físicos, os pesquisadores fizeram a intervenção focada em orientação para mudanças na dieta e estímulo à atividade física. O programa não incluiu aplicação de medicação.
Segundo Bianca, o objetivo era comparar as condições de saúde dos voluntários no início e no fim do programa. “Como havíamos detectado o problema, não seria ético deixar parte da população sem acesso ao programa, por isso não houve condições para trabalhar com um grupo de controle”, explicou.
Foram feitas três avaliações clínicas: a primeira no início da intervenção, em 2005, a segunda em 2006 e a terceira no fim do programa, em 2007. “Foram feitos exames para verificar pressão sangüínea, peso, circunferência da cintura, colesterol, triglicerídeo e glicose. Foram avaliados 653 indivíduos”, disse.
Depois de um ano de intervenção, segundo Bianca, foi detectada uma melhora sensível em todos os parâmetros: obesidade central, glicemia, perfil lipídico, colesterol, pressão sangüínea e gordura abdominal.
“A redução desses fatores ocorreu apenas com a mudança de dieta e de padrões de atividade física, o que mostra que a mudança de hábitos pode ser fundamental para prevenir a síndrome metabólica”, afirmou.
Segundo a pesquisadora a melhora de todos os indicadores em apenas um ano, ainda que não tenha sido drástica, pode ter grande impacto do ponto de vista populacional. Os resultados da análise de 2007 ainda não foram sistematizados.
Para ler o artigo Distúrbios no perfil lipídico são altamente prevalentes em população nipo-brasileira, de Antonela Siqueira e outros, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP)

Estresse e neurônios

Estresse prolongado intensifica inflamação cerebral ligada à morte de neurônios
As longas horas desperdiçadas no trânsito das grandes cidades e a insegurança generalizada que faz as pessoas se trancarem em casas cercadas por grades ou se esconderem atrás dos vidros escuros dos carros geram mais do que a simples irritação e o medo passageiros. Somadas ao excesso de trabalho comum dos tempos atuais, essas situações corriqueiras nas metrópoles brasileiras levam a tensão ao limite do suportável, com efeitos nocivos para a saúde.
Nos últimos anos estudos conduzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil mostraram que o estresse por períodos prolongados favorece o surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares, ansiedade, depressão, impotência, infertilidade e até mesmo algumas formas de câncer. Agora uma pesquisa conduzida por equipes de duas universidades paulistas – a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – revela outro possível efeito devastador do estresse. Essa reação natural do organismo que facilita a adaptação a situações novas ou ameaçadoras também potencializa processos inflamatórios que podem culminar na morte de células nervosas (neurônios) em duas regiões específicas do cérebro: o hipocampo, associado à formação da memória, e o córtex frontal, responsável pelo raciocínio complexo.
“O estresse, em si, é um mecanismo natural de adaptação, não uma doença”, diz o neurofarmacologista Cristoforo Scavone, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenador da equipe paulista. “O problema surge quando se perde o controle sobre o nível de estresse.”
Os resultados desse trabalho, publicados em abril deste ano no Journal of Neuroscience, põem por terra uma crença antiga entre os neurologistas: de que o sistema nervoso era um conjunto de órgãos privilegiados, não-suscetíveis à inflamação. “Uma membrana que recobre o sistema nervoso central, a chamada barreira hematoencefálica, impede a chegada de várias substâncias e agentes agressores a esse órgão, razão pela qual se acreditava que o encéfalo estivesse livre das inflamações”, diz Scavone. Infelizmente, não é bem assim.
Scavone e a farmacologista Carolina Demarchi Munhoz, que embarcou no final de outubro para um segundo período de pesquisas no laboratório do neurocientista Robert Sapolsky, na Universidade de Stanford, Estados Unidos, constataram uma dupla função do cortisol, hormônio liberado em situações de estresse por glândulas situadas sobre os rins. O susto provocado tanto por uma ameaça real, como um cachorro que salta ao portão de uma casa latindo para quem passa na calçada, quanto por uma imaginária, a exemplo do medo de ser assaltado ao parar o carro no próximo sinal fechado, levam à produção desse hormônio do estresse.
Há muito se sabia que em doses relativamente baixas o cortisol é um potente composto capaz de conter a inflamação – a cadeia de reações do sistema de defesa do organismo destinada a combater microorganismos invasores, a exemplo de vírus, fungos e bactérias. No artigo do Journal of Neuroscience, Carolina e Scavone provaram também que o cortisol em quantidades elevadas e por longos períodos pode causar o efeito contrário, em especial no cérebro. É também o que se observa quando os médicos receitam o uso de compostos derivados do cortisol para controlar o sistema imunológico que se volta contra o próprio corpo e provoca as chamadas enfermidades auto-imunes, como a inflamação das articulações (artrite) ou casos graves de vermelhidão e descamação intensa da pele (psoríase).
“Esse trabalho tem uma provável relevância clínica por sugerir que o uso de versões sintéticas do hormônio associado ao estresse, o cortisol, pode agravar a inflamação no cérebro”, diz Sapolsky, à Pesquisa FAPESP. No entanto, isso não significa que as pessoas devam se rebelar contra os médicos e interromper o tratamento, uma vez que, lembra Carolina, “geralmente avalia-se a relação entre os custos e os benefícios de um medicamento antes de prescrevê-lo”. Mas, na opinião de Scavone, é hora de prestar atenção a esses efeitos e iniciar uma busca de alternativas que não produzam esses efeitos indesejáveis.
Scavone e Carolina observaram a ação nociva do cortisol sobre o cérebro em um extenso trabalho no Laboratório de Neurofarmacologia Molecular da USP no qual submeteram um grupo de ratos saudáveis a diferentes situações que provocam estresse semelhante ao que as pessoas vivem no dia-a-dia.

Maratona no laboratório - Ao longo de duas semanas eles selecionaram roedores aleatoriamente para deixar o conforto de suas caixas e passar por alguma atividade que os tirava da rotina, obrigando o organismo a se adaptar às novas condições. Em um dia, por exemplo, Carolina os colocava em um tanque para nadar sem descanso por quinze minutos. No outro, os ratos ficavam uma hora e meia em um ambiente alguns graus mais frio que o habitual. Também tiveram de permanecer imóveis durante uma hora ou ficar meio dia sem comida e água. Os animais experimentaram ainda o desconforto de uma noite com as luzes acesas ou de um período diurno no escuro – uma inversão total de hábitos, uma vez que os ratos são animais noturnos e saem à procura de comida à noite e descansam durante o dia.
Esse desarranjo todo, chamado pelos biólogos de estresse imprevisível prolongado, não é muito diferente do que se experimenta em períodos conturbados nos quais é preciso abrir mão de algumas horas de sono para dar conta do trabalho extra e até substituir uma dieta equilibrada por lanches ou salgados com o objetivo de fazer sobrar um tempinho para acertar a conta que só pode ser paga no banco ou finalmente realizar aquela visita ao dentista adiada por meses.
A primeira conseqüência de tantas mudanças foi detectada no sangue. Um dia após a bateria de testes os níveis de corticosterona – o correspondente nos ratos ao cortisol humano – continuavam elevados, em uma concentração que variava de 25 a 30 microgramas por decilitro de sangue. “Esses valores são de cinco a seis vezes mais altos que o normal, semelhantes aos que se observa no organismo de pessoas sob tratamento para suprimir a atividade do sistema de defesa e evitar a rejeição a um transplante”, explica Carolina.
Os efeitos do estresse, porém, são ainda mais amplos e envolvem uma complicada rede de interações entre o sistema nervoso central e o resto do corpo. Tão logo surge uma situação ameaçadora ou que altere a rotina, o hipotálamo aciona a produção do hormônio adrenocorticotrofina (ACTH) na glândula pituitária, na base do cérebro. Em instantes o nível de ACTH no sangue aumenta e aciona as glândulas localizadas sobre os rins (supra-renais), que iniciam a fabricação de cortisol.
No sangue esse hormônio bloqueia as reações químicas características da inflamação e reduz a atividade do sistema de defesa, razão por que se imaginava que funcionasse principalmente como antiinflamatório quando utilizado por semanas ou, no máximo, uns poucos meses – embora seu uso por mais tempo provoque uma série de efeitos indesejáveis como aumento da pressão sangüínea, depressão, diabetes, insuficiência cardíaca, além de facilitar o surgimento de infecções, já que deixa o sistema de defesa desarmado diante de bactérias e fungos.
Em parceria com a farmacologista Maria Christina Werneck Avellar, da Unifesp, Scavone e Carolina constataram que esse hormônio, por caminhos ainda não totalmente compreendidos, aciona no interior dos neurônios uma proteína chamada fator de transcrição kappa B, que é fabricada em processos inflamatórios. Esse fator de transcrição, por sua vez, ativa pelo menos três genes responsáveis pela produção de proteínas – a interleucina 1-B, o fator de necrose tumoral alfa e a óxido nítrico sintase induzida – associadas à inflamação e à toxicidade celular. Em concentrações baixas essas moléculas geram um efeito benéfico e ajudam a combater microorganismos invasores. Em excesso, porém, parecem destruir as células que deveriam proteger.
O próprio Sapolsky, um dos mais respeitados estudiosos dos efeitos do estresse sobre o sistema nervoso central, surpreendeu-se com os resultados parciais desse trabalho há cerca de dois anos, durante a primeira temporada de Carolina em seu laboratório em Stanford. A descoberta da ação inflamatória do estresse sobre o sistema nervoso central ajudava a completar o quebra-cabeça que Sapolsky havia começado a montar dez anos antes. Embora tenha se dedicado por um longo período a analisar os efeitos do estresse crônico gerado por disputas sociais entre babuínos do Quênia, animais que vivem em sociedade com relações de poder um tanto complexas, foi em ratos que Sapolsky demonstrou que o estresse prolongado intoxicava os neurônios por aumentar os níveis de glutamato no hipotálamo.
Carolina comprovou duplo efeito do cortisol ao comparar o nível de inflamação cerebral em ratos submetidos a estresse duradouro com o observado em roedores saudáveis. Depois de induzir uma inflamação generalizada no organismo dos animais por meio de uma injeção de partículas de bactéria no sangue, ela analisou a ação dos três genes inflamatórios no sistema nervoso central. Os ratos livres do estresse apresentaram uma inflamação leve em todo o encéfalo, como havia observado três anos antes outro neurofarmacologista da equipe da USP, Isaías Glezer, atualmente em período de especialização na Universidade Laval, no Canadá. Essa inflamação, no entanto, foi mais intensa no hipocampo e no córtex frontal dos roedores cronicamente estressados. Resultados preliminares de outro teste ainda em andamento sugerem que de fato é essa inflamação a responsável pela morte dos neurônios nos animais debilitados pelo estresse. “É possível que o cérebro de uma pessoa que vive sob estresse seja mais suscetível a esses danos”, comenta Carolina.
Embora tenham sido feitos com ratos, esses experimentos fornecem uma boa pista do que deve ocorrer também com os seres humanos, altamente propensos a sofrer uma forma de estresse associada ao estilo de vida ocidental: o estresse psicológico provocado pela antecipação. Diferentemente de uma ameaça real à vida, a antecipação é uma espécie de estresse imaginário. O simples pensar em uma situação que pode ocorrer ou não, como o medo de sofrer seqüestro relâmpago toda vez que se vai a um caixa eletrônico, já é suficiente para acionar os mecanismos bioquímicos relacionados ao estresse, que, estima-se, atinge entre 10% e 20% da população nos países desenvolvidos.

Mais leveza - O preço dessa adaptação não é só o corpo que paga, uma vez que doenças provocadas pelo estresse consomem uma parte das verbas do sistema público de saúde. No ano passado as pesquisadoras Sophie Béjean e Hélène Sultan-Taïeb, da Universidade de Burgundy, na França, apresentaram no European Journal of Health Economics um exemplo claro desse custo social do estresse: calcularam os gastos com o tratamento de três doenças (cardiovasculares, musculares e mentais) decorrentes, ao menos em parte, do estresse associado às condições de trabalho. Dos 24,5 milhões de pessoas em idade produtiva em 2000 na França, de 300 mil a 400 mil tiveram problemas de saúde relacionados ao estresse por causa do trabalho – e entre 2.300 e 3.600 morreram. Os gastos com tratamentos e perda de dias de serviço custaram de € 1,2 bilhão a € 2 bilhões, valores que correspondem de 14% a 24% do que o sistema público de saúde francês consome com doenças ocupacionais.
Enquanto não se descobre uma cura para o estresse – se é que algum dia haverá, uma vez que não se trata propriamente de uma doença –, uma saída é prevenir, levando a vida de forma mais leve e realizando atividades físicas, aconselha Sapolsky, um estressado confesso. “Temos de ser mais superficiais”, desafiou o neurocientista de Stanford em uma entrevista publicada em abril pela Folha de S.Paulo. “Por mais superficiais quero dizer menos cerebrais. Conseguimos isso, paradoxalmente, sendo mais cerebrais. Explico. Se você conseguir raciocinar científica e constantemente, conseguirá discernir se o que o está estressando é uma realidade, digamos, física ou apenas psicossocial. Se for física, pode se estressar. Se for psicossocial, esqueça.”

Não somos inteiramente humanos

Geneticistas disseram, depois de examinar o DNA de centenas de bactérias que habitam o organismo do homem, que talvez não sejamos totalmente humanos.
As bactérias são tão importantes para funções como digestão e sistema imunológico que talvez possamos ser considerados organismos realmente simbióticos - ou seja, que têm uma relação de dependência mútua com outra espécie -, segundo artigo publicado na edição de sexta-feira da revista Science.
O estudo de bactérias nativas do organismo humano pode fornecer pistas importantes sobre doenças, nutrição, obesidade e o funcionamento de medicamentos, de acordo com a equipe do Instituto de Pesquisa Genômica (TIGR, na sigla em inglês), de Maryland (EUA).
"Somos de certa forma como um amálgama, uma mistura de bactérias e células humanas. Algumas estimativas dizem que 90% das células no nosso corpo na verdade são bactérias", disse Steven Gill, ex-pesquisador do TIGR e agora cientista da Universidade do Estado de Nova York, por telefone.
"Somos totalmente dependentes desta população microbiana para o nosso bem-estar. Uma mudança dentro desta população, frequentemente levando à ausência ou presença de micróbios benéficos, pode desencadear efeitos no metabolismo e o desenvolvimento de doenças como inflamações intestinais."

Há muito tempo os cientistas sabem que pelo menos 50% das fezes humanas são constituídas de bactérias. Elas começam a colonizar o intestino e o cólon pouco depois do nascimento, e os adultos carregam até 100 trilhões de micróbios, de mais de mil espécies.
Eles não estão lá só de carona. Ajudam os humanos a digerir o que comem, inclusive algumas vitaminas, açúcares e fibras. Também sintetizam vitaminas que as pessoas por si só não conseguem produzir.
"Os humanos evoluíram durante milhões de anos com estas bactérias, e elas realizam funções essenciais", disse Gill. Os cientistas sequenciaram o DNA achado em fezes doadas por três adultos. Descobriram que grande parte era o material genético de bactérias. Eles compararam as sequências genéticas às de bactérias conhecidas e ao genoma humano, e descobriram que esse chamado microbioma do cólon (a soma do material genético do intestino grosso) inclui mais de 60 mil genes, o dobro do encontrado no genoma humano.
"De todas as sequências de DNA no material, apenas de 1 a 5% não era bacteriano", disse Gill. "Ficamos surpresos."
Eles também encontraram um número surpreendente de archaea, ou archaebactérias, que são geneticamente diferentes das bactérias, mas também são organismos unicelulares, normalmente encontrados em ambientes com condições extremas, como fontes termais.
Os doadores eram adultos saudáveis, que não haviam tomado antibióticos no período de um ano, pois esse tipo de medicamento perturba as bactérias do corpo.
Gill disse que sua equipe agora pretende fazer uma comparação com as bactérias intestinais de diversas pessoas.
"O estudo ideal seria comparar 20, 30 pessoas de diferentes origens étnicas, diferentes dietas, se bebem, fumam, e assim por diante, porque acho que haverá diferenças notáveis", afirmou Gill.
O próximo estudo, segundo o pesquisador, vai se debruçar sobre as bactérias da boca, onde há pelo menos 800 espécies.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Coma Pouco e Viva Muito [e Melhor!]

O problema da ingestão de comida pela boca envolve três aspectos básicos: qualidade, quantidade e periodicidade. Todos esses aspectos foram explicitados por Jesus no livro "O Evangelho Essênio da Paz" [Edmond Bordeaux Szekely, Ed. Pensamento, 1997]: durante cada semana, comer durante seis dias os alimentos crus em, no máximo, duas refeições por dia e comendo pouco em cada refeição; e, no sétimo dia, fazer jejum absoluto.

Um dos maiores naturistas do século passado, Herbert M. Shelton, também tratou com muitos detalhes este problema da alimentação, que relaciona-se diretamente com o tema da longevidade humana. Diz ele que Sylvester Graham costumava dizer: "Um beberrão pode atingir uma idade avançada, um glutão jamais." O beberrão se salva da cova do glutão porque a sua bebida acaba com o seu estômago e evita que eles comam em demasia. O tabaco também costuma prevenir a glutomia. Diz ele, também, que o Prof. Huxley, da Inglaterra, pegou algumas minhocas jovens da terra e fez uma interessante experiência com elas. Ele alimentou uma família delas da forma usual, como elas se alimentam normalmente. Uma outra família ele isolou e alimentou da mesma forma, exceto que ele forçou esta família a fazer pequenos períodos de jejum. Ela foi alimentada e posta sob jejum alternadamente. Estas minhocas isoladas estavam ainda vivas depois de 19 [dezenove] gerações, após suas irmãs nascerem, viverem seus ciclos normais de vida e morrerem. A única diferença no modo de vida e na dieta desta minhoca, quando comparado com as suas minhocas irmãs, foi os jejuns periódicos da minhoca longeva. O Prof. Huxley concluiu que a superalimentação entope o corpo e produz a morte.

Em todos os animais que foram submetidos a um regime de pouca alimentação [baixa caloria], houve aumento do período de vida. No ser humano este fato também acontece. O caso de Louis Cornaro, um nobre de Veneza na Idade Média, exemplifica este ponto. Uma vida cheia de vinhos, mulheres e pouco sono, comum em cavalheiros e nobres, levou-o à beira da cova aos 40 anos. Seus médicos disseram para ele que ele tinha apenas alguns meses de vida. Tendo mais inteligência que seus médicos, ele raciocinou que se uma vida de indulgências e dissipação o levou a essa condição, uma vida de abstinência e de temperança o iria salvar. Ele, portanto, abandonou suas folias e adotou uma das dietas mais frugais da história, com o resultado que ele viveu mais que todos os seus médicos. Ele viveu até os 100 anos e permaneceu forte, saudável e de posse de todas suas faculdades até o último dia. O seu consumo diário de alimento, após os 40 anos, não correspondia a nem uma refeição média do homem ou mulher de hoje. Ele comia apenas duas, e às vezes uma vez por dia. Em adição a essa alimentação frugal, ele fazia um jejum longo a cada ano.

Na revista "The Scientist", de 9 de maio de 2005, Jill U. Adams escreveu um artigo chamado "Autofagia & Longevidade". Nele afirma-se que "durante a autofagia – literalmente 'comer a si própria' – as células entregam os constituintes do citoplasma – incluindo organelas inteiras – para sofrerem o processo de degradação. Este processo de reciclagem é acionado por um período de falta de nutrientes. Isto relaciona-se com o processo de envelhecimento da célula. A autofagia é um mecanismo fundamental, acionável via restrição calórica, para promover a longevidade. Muitas vezes a autofagia é vista apenas como um processo de manutenção do organismo. Na realidade, o fracasso na manutenção do corpo irá contribuir para doenças como câncer e doenças neurodegenerativas. Além disso, a autofagia diminui com a idade, devido a razões ainda não muito claras, que é importante na mecânica do envelhecimento em si.
Quando a comida é restringida, a autofagia é acionada como um mecanismo de sobrevivência. Quando a comida é restringida moderadamente por longo período, os organismos, das minhocas aos mamíferos, vivem mais. Evidências sugerem que um aumento da autofagia leva à extenção da vida, por restrição calórica. Em ratos sujeitos a restrição calórica, a eficiência autofágica é mantida até uma idade avançada e os ratos acabam vivendo por mais tempo.

O problema do envelhecimento é a produção de radicais livres e a imperfeição dos mecanismos de auto-reparo orgânico. A autofagia é uma "segunda linha de defesa" relacionada com as células. Cerca de 100.000.000 de radicais livres são gerados por dia em nosso corpo. Se a autofagia diminui com a idade, então os detritos do metabolismo celular começam a se acumular mais rapidamente. Por degradar as organelas defeituosas que geram espécies com oxigênio reativo, a autofagia se encaixa muito bem na teoria mitocondrial do envelhecimento. A capacidade da autofagia de catabolizar organelas inteiras, e mitocôndrias em particular, é um ponto forte como mecanismo anti-envelhecimento.
As mitocôndrias são alvos freqüentes da autofagia. A autofagia é um mecanismo que remove as mitocôndrias danificadas que devem ser eliminadas. Mitocôndrias danificadas podem gerar ainda mais radicais livres que causam problemas, algo que pode ser particularmente problemático em tecidos que não se dividem, como coração e cérebro, onde os efeitos dependentes da idade se manifestam mais fortemente. As doenças relacionadas à idade nesses tecidos – como cardiomiopatia e neurodegenerescência – têm sido vinculadas a desordens na autofagia.

Alimentação num Mosteiro Zen

Conferência proferida pelo Mestre Zen Ryotan Tokuda, em San Marcos de la Sierra, Argentina, em 8 de novembro de 1983.

Hoje eu vou falar sobre a comida no mosteiro Zen. Dentro do mosteiro Zen, o cargo de chefe de cozinha é muito importante e sempre foi ocupado por grandes mestres. Este cargo é muito diferente no mundo em geral. Aqui, a cozinha geralmente pode ser deixada para empregados, mas no mosteiro, ou entre japoneses, isto é diferente, pois é a dona de casa quem a prepara sempre, talvez por causa da influencia do ensinamento do Budismo Zen. No Brasil, uma senhora japonesa estava aprendendo yoga, e ela tinha um motorista e um carro Mercedez-Benz, mas quando chegou a hora disse: “eu tenho que voltar para casa para preparar a comida para meu marido.” Ela era esposa de um grande empresário japonês, mas ela mesma preparava a comida para seu marido.

Dentro do mosteiro nós temos 2 secções. Uma para receber os novatos. O mestre ensina a doutrina, as disciplinas, etc. A outra secção é a parte administrativa, executiva. temos os cozinheiros, os tesoureiros e também marceneiros e todas as demais atividades. Num mosteiro grande existem mais de 80 tipos de cargos diferentes. Entre eles, o chefe da cozinha é um dos 6 diretores, e talvez o mais importante de todos. Por que? Porque a alimentação é muito importante para nossa vida. Quando chega um novato, eles não ocupam cargo algum. Somente ficam na sala de meditação e meditam dia e noite. E os cozinheiros são monges veteranos, com mais de 3 ou de 5 anos. E são estas pessoas que preparam a comida para os novos Budas.

Os novos Budas são aqueles monges novatos que estão meditando na sala de meditação, com dores no joelho. A sala de meditação nós a chamamos o lugar onde se escolhem Budas. Os cozinheiros preparam a comida de acordo com as tradições, com muito carinho, e antes de mandá-la para os monges, oferecem-na ao Deus da cozinha e fazem nove vezes reverencias antes de enviá-la também para estes novos Budas. Para receber este tipo de comida, os monges novatos precisam realmente se concentrar: “como podemos receber esta alimentação?” Antes de comer as refeições nós temos uma pequena oração que recitamos. Em primeiro lugar pensamos, até que esta alimentação tenha chegado até nós, quantas pessoas trabalharam. Por exemplo, um grão de arroz: a letra arroz em japonês e chinês significa 88. Isto quer dizer que se a pessoa analisar cuidadosamente um grão de arroz, poderá dividi-lo em 88. Quer dizer que até um arroz ficar bem feito, existe por trás disto 88 processos de trabalho que precisam ser realizados. Tem que primeiro escolher as sementes, tem começar a plantar, tem que tirar o mato e replantar. Tudo isto e depois tem que secar, escolher. Tem que bater a casca e dá muito trabalho. Com o arroz é assim e com outros alimentos também. Em segundo lugar, pensando bem, eu que sou moço, será que tenho direito a receber, ou tenho mérito para tal? Senão, estamos comendo com nosso desejo, mas na verdade estamos criando um karma pesado. Analisando todo este processo de trabalho, nós o merecemos? Em terceiro lugar, para receber esta refeição, devemos evitar apegos. Todas as brigas e guerras surgem por causa da fome. Por isso temos que saber controlar o apego, principalmente da comida, isto é o mais importante. Quanto ao apego, quando ele não está controlado, caímos diretamente no estado de animal, de bicho, entre os quais, até mãe e filho, brigam por comida. Por isto, temos que saber controlar este apego. Em quarto lugar, recebemos esta comida não para satisfazer o estômago, mas como um bom remédio. Esta é uma filosofia de medicina Budista ou de medicina oriental.

Nós temos três tipos de remédios: o primeiro é quando estamos realmente doentes; tomamos somente para curar, mas não durante muito tempo. São como venenos. Podem curar, mas se continuarmos a tomá-los longamente, começam a atacar outros órgãos. Hoje em dia, na medicina moderna, temos, por exemplo, o antibiótico, que é poderoso, cura inflamações e este tipo de coisas, mas se continuarmos a tomá-los, não curam mais, e continuaremos doentes. Às vezes precisamos tomá-los com leite ou depois da refeição. Isto quer dizer que se for forte demais ataca o estômago ou o fígado. Então, a primeira categoria de remédios é na verdade remédio, mas ao mesmo tempo também veneno. O segundo remédio é o remédio comum. Pode-se tomá-lo enquanto estivermos doentes. Mas quando nos curamos, não precisamos mais tomá-los. Hoje em dia, na medicina moderna, existem muitas doenças que podem ser curadas, como a tuberculose, antigamente perigosa, mas hoje em dia não tanto. Mas outros tipos de doença, como, por exemplo, a pressão alta ou a diabetes, ou problemas de fígado, rim, crônicos ainda não podem ser curados. Principalmente o câncer. O terceiro tipo de remédio é de fato os melhor. E é a alimentação.

A alimentação nós a consumimos todos os dias; às vezes estamos fazendo dieta, mas comendo diariamente. E nunca faz mal, muito pelo contrário, mantém a saúde e por isto é que podemos encontrar os melhores tipos de remédios dentro da cozinha. Onde exatamente na cozinha? Não é mistério não: é dentro da cesta. O repolho, a cenoura, o nabo ou gengibre, estas coisas todas. Nós aceitamos estes alimentos como o melhor remédio. Quando aceitamos e comemos esta refeição podemos realizar o caminho. Não é para satisfazer nosso estômago. Os monges Zen criticam muito este tipo de pessoas que vivem somente para comer. A este tipo de gente se chama: máquina de fazer cocô. Estas pessoas até que morrem assim: comem e fazem cocô, nada fazem que não seja isto. Por isto mesmo é que da mesma forma que comer é importante, a forma correta de evacuar também o é. Isto ninguém nos ensina. Nem nossa própria mãe.

Cocô todo mundo faz, mas não sabem fazer direito. Isto é algo que nós aprendemos dentro do mosteiro. Interessante é que dentro do mosteiro existem 7 construções principais. A entrada, o portão, depois a sala de Buda, a sala de cerimônia, a sala de meditação, a cozinha, o banho e o banheiro. Estas são as 7 construções principais. Entre estas principais, aquela torre ou pagode onde se guardam os ossos do Buda e a biblioteca não contam. O treinamento Zen dá muita importância a esta parte, da vida quotidiana. Quando praticamos o retiro de meditação intensivo, muitas pessoas, principalmente as moças, ficam com prisão de ventre. Neste caso, nós temos a massagem aqui na boca do estômago até embaixo, nos intestino, em 7 pontos. De cima para baixo. Depois passa para o lado direito e até a costela, com 5 pontos para cima. Neste caso, já está no banheiro e está sentado na privada. E aí, 5 pontos para baixo. E três mais para cima e 3 para baixo. Depois, com a palma, faz-se massagem, primeiro amplamente e depois diminuindo. E segurando este ponto de acupuntura do intestino grosso, inspira e levanta o braço esquerdo mais alto que o ombro. Dentro do banheiro no mosteiro, sempre tem um pedaço de madeira para segurar. E com isto, o diafragma abre e dá pressão. E assim, saem naturalmente as fezes. Muita gente não sabe, mas quantas pessoas não morrem dentro do banheiro porque não sabem fazê-lo direito. Elas têm vergonha e por isto escondem e não divulgam o que têm, e aí alguém entra e bate na porta: “o que está acontecendo aí dentro?”. E quando abre a porta, constatam que a pessoa está já estrebuchando com um vaso qualquer do cérebro estourado. Isto não tem nada de engraçado, isto é muito sério. Por isto, sentado, tranqüilo, faz-se da forma correta e então sente-se aquela vida e aquela felicidade. É um contato direto com a natureza. E ao entrar no banheiro, devemos lavar as mãos, cantar versos para nos concentrarmos e para fazer estas coisas bem feitas.

Voltemos para o tema principal desta palestra, que é a alimentação. Depois destas 5 concentrações, seguramos a tigela com os 3 dedos. Até hoje na Índia não se usam garfo e este tipo de coisas. Comem com os dedos, com 3 dedos. Existe uma técnica muito boa para isto. Os outros dedos eles não os usavam porque antigamente não existia papel, então se lavavam com estes dedos; por isto, não os utilizavam para comer. Mas há uma maneira de nos lavarmos após a defecação com 7 bolinhas de cinza com água. Hoje em dia, não usamos mais, mas tem um método tradicional para isto. Até hoje, nós no mosteiro não nos limpamos com papel higiênico com a mão direita, mas com a mão esquerda. É engraçado, mas estas coisas todas estão corretas e nos foram transmitidas. Portanto, segura-se a comida e a tigela com estes dedos por este motivo. A primeira porção de comida é para se fazer todas as coisas boas. A segunda, para cortar fora todas as coisas negativas. E a terceira, para ajudar a todos os seres. E comemos tudo para podemos com isto realizar o Caminho. Assim, antes de comer, pegamos 7 grãos de arroz e os colocamos num pedaço de pau pequeno que é usado para se lavar a tigela depois da refeição; em seguida, neste pauzinho, tem uma parte que molhamos com sopa com este dedo e comemos os 7 grãos de arroz. Então, isto quer dizer que esta comida está sendo oferecida para os demônios famintos. E com o mantra, todos os demônios famintos ficam saciados.

A Bíblia também tem esta história. Tinha somente um pão, mas quando Jesus Cristo chegou, todas as pessoas comeram. Mas como é que nós chegamos a tombar neste estado mental de demônios famintos? Porque se estava apegado a si mesmo, não querendo dar a outros, não pode pois receber. Por isto, o treinamento Budista é em primeiro lugar começar a doar, isto é, o desapego. Talvez este seja o segredo da vida. Quando se pode dar, com isto recebe-se muito mais. E nada faltará com este tipo de perspectiva. Com esta alegria de doar, a pessoa recebe muito. E fica feliz. Então, primeiro 7 grãos de arroz, ou se for macarrão, mais ou menos 5 cm. e coloca-se ali, no pauzinho. Aí mentaliza-se e oferece para as pessoas que estejam passando fome. E também, dentro da família, se o filho ou algum membro estiver viajando para longe, principalmente os jovens, a mãe, sempre prepara uma comida especial. Quando a família come junto, uma parte é retirada e oferecida ao Buda ou a Deus, para que o filho que esteja viajando não sinta nenhuma falta de alimentos. Estes costumes são muito bonitos, com muito amor e muito carinho. Dividindo antes de comer estes 7 grãos de arroz, não estamos apenas pensando em nós mesmos, estamos também pensando nos outros.

E depois disto, começamos a comer. As comidas preparadas por estes tipos de cozinheiros têm muitas virtudes e méritos. Geralmente, na parte da manhã, comemos papa de arroz. Papa de arroz e gersal com shoyu. E dois pedaços de picles de nabo. Apenas isto, nada mais. Mas esta papa no desjejum é uma alimentação perfeita. Tem dez tipos de virtudes. Agora, não me lembro de todos os dez tipos de virtudes, mas é fácil de digerir, tira a febre e não se pega gripe, é leve, dá força, tudo isto, dez tipos. A filosofia do Zen não é somente comer não, mas comer a menor quantidade de coisas possíveis e com isto se trabalhar o máximo que se pode. Claro está que o Budista precisa comer, mas esta é a diferença com relação ao mundo comum. Eis que no mundo em geral a pessoa crê que quanto menos trabalho tiver, melhor. Assim, todo mundo quer trabalhar pouco e ganhar muito.

Mas dentro da prática Zen, se não trabalhamos um dia, não comemos um dia. Esta palavra não é como aquela dos comunistas. Os comunistas estão reclamando seus diretos. Mas não é isto que ocorre dentro da prática Zen. Se não trabalhar é a pessoa mesmo que não aceita a comida que está sendo oferecida. Tem uma história muito famosa, de um mestre bastante velho com 80 e poucos anos. Ele trabalhava junto com todos os demais monges jovens. Por isto, os monges tiveram pena dele e lhe disseram: “por favor, não trabalhe mais.” Mas ele continuava a trabalhar. Aí um dia os demais monges ocultaram suas ferramentas, para que deixasse de trabalhar. Quando não encontrou suas ferramentas, voltou ele a seus aposentos e não aceitou mais comer, em hipótese alguma. lhe disseram: “Por favor, coma.” Ele disse: “Um dia sem trabalho é um dia sem comer.” Quando lhe devolveram suas ferramentas, ele as pegou e começou a trabalhar alegremente. Nem todos os mosteiros são ricos. Alguns são muito pobres. Existe um sistema: quando aumenta o número de monges, a quantidade de arroz é a mesma, apenas aumenta a água. Um dia um monge estava comendo a papa de arroz e tinha um feijão na mesma. Ele ficou todo contente e tentava pegar o feijão, mas o diabo do feijão ficava escapulindo. Isto por que havia um teto de madeira que estava refletindo a luz em seu prato e assim parecia um feijão na papa. Desta forma, às vezes passamos fome consumindo comida muito simples, mas todos os monges na Sangha estão sempre cheios de saúde. São fortes e muito longevos. Quando morava no mosteiro, eu tinha mais 10 quilos que agora. Agora estou muito magro. Se estivesse pesando mais 10 quilos, estaria no meu peso normal. Talvez neste mundo, com suas preocupações, gasta-se calorias a mais. Fora do mosteiro sempre foi assim. Quando entrava no mosteiro, realmente engordava bastante.

A comida é assim. Quando tem festa no mosteiro, em geral é um banquete muito especial. Aí, nunca falta nada, são banquetes perfeitos e maravilhosos.

Estava falando dos 10 méritos, desta papa de arroz de manhã. O almoço tem 3 méritos. Nestes 3 méritos, o cozinheiro escolhe materiais e os prepara com aquele método correto. Depois, em terceiro lugar, tudo é feito com muito amor. Com estes três fatores, a comida fica muito bem feita. Mesmo a dona de casa, quando quer receber visitas por motivo de festa, talvez veja sua empregada não muito afim de trabalhar, querendo mais namorar ou coisa assim. Mas com esta festa, ela é obrigada a ficar e trabalhar de manhã até de noite, com raiva. Assim a comida vai ficar muito mal feita. Então é a própria dona de casa quem tem que cuidar de tudo. Realmente, a comida Zen dá muito trabalho . Por exemplo, temos tofu, que é o queijo de soja. Só de queijo de soja temos mais de 100 pratos diferentes..

Depois dos três méritos, temos 6 sabores. Dentro da medicina oriental, yin e yang e 5 elementos. Mas o Zen coloca mais um, então ficam 6 sabores. Os sabores são os seguintes: salgado, amargo, doce, picante, vinagre. Estes são os cinco sabores. Esta é a teoria dos 5 elementos da medicina oriental. Temos 5 cores: azul, vermelho, amarelo, branco e preto. E cada um dos 5 elementos tem ligação com os 5 órgãos, yin e yang; ao todo são 10 órgãos: fígado, coração, pâncreas, pulmão e rim. Cada cor está ligada com cada órgão. Cada sabor está ligado com um órgão. Cada sentimento está ligado com cada órgão. Por isto, o importante é saber a comida correta e a quantidade e a hora em que é servida. O melhor médico não cura a doença. Porque ele cura a pessoa antes que fique doente. O grande médico não cura a pessoa, mas cura as razões de vida errada que a pessoa está levando e que trouxeram esta doença. A terceira categoria de médico, mais inferior, trata a pessoa doente e a cura.

Então, esta idéia de alimentação, é muito importante. Sentimentos, até mesmo os sentimentos, estão ligados a nossos órgãos. Por isto, saindo um pouco fora do assunto, a raiva está ligada ao fígado. Quando a pessoa está muito impaciente, pode apalpar o fígado, se ele está doendo ou não. Fica com muita raiva quem tem problemas de fígado. Quem tem responsabilidades, tem que ficar mandando e gritando com outros e isto ataca o fígado. O rim está ligado ao medo. Quando se tem medo ou insegurança, este tipo de coisas. O coração, por sua vez, está ligado ao susto, o pâncreas à preocupação ou aos conflitos ou ao pensamento. O pulmão é a tristeza. Por exemplo, a pessoa que está com tuberculose, geralmente fica com a pele branca e o olho transparente e com um olhar agudo. E se gripa muito. Somente com uma olhadela e já se sabe mais ou menos onde está o problema. Quando está triste e se abre e fala do assunto, com isto pode piorar. Mas quando se tem problema de pâncreas, por exemplo, mesmo que se fale, não se pode esquecer. Vejamos: o marido morre, de repente, em um acidente de avião ou algo assim, e se a viúva contar para os outros não vai, é claro, se aliviar e não vai resolver nada do problema original, porque ele está morto. Então fica pensando somente naquilo. Com isto, o sangue fica todo estagnado. E é assim que fica doente. Primeiro isto ataca o coração com o susto, e depois vem o pensamento fixo. Perde-se a força em cima do umbigo e com esta falta, fazendo pressão não se vê resistência ali. Está como uma melancia podre. Não tem energia. Esta teoria dos 5 elementos é maravilhosa, mas hoje não posso explicar tudo por falta de tempo.

E assim, nós temos os 5 sabores. E além destes, temos mais um, que é um sabor muito superficial. Por isto mesmo, não é um sabor. Mas interessante, não sei se alguém já teve experiência disto: a melhor comida não é a forte, muito pelo contrário, é a suave. Aqui na Argentina existem muitas pessoas que consomem enormes quantidades de carne. Antigamente haviam guerras por causa de especiarias. As grandes companhias de navegação as buscavam em outros continentes. As especiarias são utilizadas para disfarçar o cheiro de carne e temperá-la. Por isto, surgiram. Depois de 30 ou de 40 anos não temos mais condições de ficar digerindo coisas tão fortes quanto carnes em demasia. Neste caso, quando comemos, usamos temperos bem suaves. Aí é que realmente sentimos o verdadeiro sabor das coisas: com um pouquinho de tempero. Arroz integral cozido e bem feito, fica com aquele sabor maravilhoso.

No Brasil, eu me assustava, os brasileiros são como formigas: quando eles tomam café, colocam açúcar com aquele açucareiro que se fica sacudindo, tchá, tchá, tchá, até a metade da xícara. Café com açúcar. Mas na verdade é açúcar com café. Realmente, o açúcar branco dizem que dentro dele tem muita coisa. Misturam muita coisa com açúcar. Até no suco de laranja. E isto acaba tirando o sabor das coisas. Tão condicionada a pessoa fica, contaminada, as crianças acabam perdendo os dentes, realmente é incrível.

Exatamente por esta razão é que colocamos este sexto sabor, o sabor suave, como uma sabedoria muito importante. Às vezes a dona da casa faz doces, tortas, mas às vezes coloca muito açúcar e ninguém aguenta comer tudo, é enjoado. Mas quando fica bem feito, com aquele sabor bem suave, fica tão gostoso e delicado. Este é o segredo da preparação. Por isto a colocação deste sexto sabor, que é o sabor SUAVE. Depois dos 40 anos, não sendo mais tão materialistas, começamos a procurar um caminho mais espiritual. Com este sabor nós sentimos o gosto verdadeiro. E sentimo-nos alegria e felicidade. Não necessitamos de bifes e churrascos sangrentos. E as cores também têm influencia na comida. Parece que é mentira, mas a cor vermelha, por exemplo, ajuda o sangue. A beterraba é muito boa para o sangue. São 5 cores e 5 sabores e 5 sentimentos, 5 características. Por exemplo, a canela é quente e doce. O gengibre por sua vez é picante. Cada sabor ajuda determinado órgão. E desta forma, quando conhecemos a arte culinária, é muito proveitoso.

A macrobiótica hoje em dia é mundialmente conhecida, ela segue aquela linha mais natural, mais suave. A pessoa que vive nesta linha, geralmente é uma pessoa mais tranqüila, calma. De certa forma, a nossa história de seres humanos pode ser dividida em raças que consomem carne demais e as que não o fazem. Filosofia de carnívoro. Não é uma questão de religião, mas de se consumir muito a carne ou não. A raça que come carne fica extremamente agressiva, e sempre tem uma historia de guerra, agredindo e brigando com todo mundo. Isto é natural. Pois vejam bem, é a própria alimentação que faz isso. Por isto, a alimentação dentro da história é muito importante.

Eu disse que os monges, em geral, no mosteiro são muito simples. Mas, de certa forma, monges também comem muito. Um leigo convidou alguns monges e disse para a esposa: “Prepare macarrão, porque monges gostam de macarrão, e por isto prepare-o para os monges que nos visitarão.” A dona da casa fez um montão de macarrão e ofereceu. Os monges comeram tudo. Quando comem macarrão e biscoito, os monges podem fazer barulho. Comendo outras coisas, não. Mas com macarrão podem. Eles comem assim: SHUISHI, SHUISH, SHUISH, sem parar. Comeram tudo, tudo. Aí o marido ficou muito triste, porque sabia que monges gostavam de macarrão e que acabou faltando. Então reclamou para sua senhora: “Eu te falei, faça muito macarrão para os monges.” A dona da casa disse: “Eu fiz muito, muito, para cavalos até.” O dono da casa então disse: “Não, eu falei para monges, não para cavalos.” Monges comem mais que cavalos. Dizem que é por isto que boca de monge é como o fogão. Existe este ditado no Zen. Porque o fogão aceita tudo e não há o que não queime. Mas neste momento, o importante é não fazer diferença entre as madeiras de boa qualidade como o sândalo perfumado ou uma outra árvore de segunda; quando entra no fogão, ele queima tudo. E transforma em energia. Recebe qualquer coisa, não reclama, mas come tudo e transforma em energia. E isto é filosofia. Por certo que não se trata somente de alimentação. Quando encontra dificuldades, problemas, igualmente as aceita, e estas dificuldades ele as transforma em algo de positivo. Quanto mais ele encontra dificuldades, mais cresce. No mundo, todos ficam reclamando, chorando, cheios de problemas. Estas pessoas se comparam a um fogão cheio de lenha, mas por onde não flui o ar; a fumaça entope e faz TOSS, TOSS, TOSS. O fato é que isto acaba ocorrendo porque eles não sabem queimar. Ficam reclamando, reclamando, e estão cheios de problemas. Existe esta expressão: “A boca de monges é como um fogão.” Por que qualquer coisa que venha, ela queima.

Fast-food pode aumentar risco de Alzheimer

Comida com gordura, açúcar e colesterol 'causou alteração cerebral em ratos'.

O consumo de alimentos do tipo fast-food pode elevar o risco do desenvolvimento do mal de Alzheimer, sugere um estudo sueco.
Ratos de laboratório receberam uma dieta rica em gordura, açúcar e colesterol - representando o valor nutricional de lanches do tipo "fast food" - durante nove meses e desenvolveram alterações no cérebro associadas aos estágios preliminares da doença.
"Ao examinar os cérebros destes ratos, nós descobrimos uma mudança química que não é diferente da encontrada no cérebro com Alzheimer", disse Susanne Akterin, do Centro de Pesquisa do Mal de Alzheimer do Instituto Karolinska, em Estocolmo.
Os testes mostraram que os alimentos alteraram a formação de uma proteína chamada Tau, que forma nódulos no cérebro de pacientes com Alzheimer, que impedem o funcionamento normal das células, fazendo com que elas morram.
Akterin e sua equipe notaram ainda que o colesterol em alimentos reduziu os níveis de outra substância no cérebro, Arc, que é uma proteína ligada ao armazenamento de memórias.

"Nós suspeitamos que um alto consumo de gordura e colesterol, em combinação com fatores genéticos (...) podem afetar de maneira adversa várias substâncias no cérebro, que podem ser um fator que contribui para o desenvolvimento de Alzheimer", afirmou Akterin.
A pesquisadora disse que "os resultados dão alguma indicação de como o mal de Alzheimer pode ser prevenido, mas são necessárias mais pesquisas neste campo antes que se possa fazer um aconselhamento apropriado ao público".

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Alimentos diet e light

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o termo diet pode ser usados em dois tipos de alimentos:
1. Nos alimentos para dietas com restrição de nutrientes (carboidratos, gorduras, proteínas, sódio);
2. Nos alimentos para dietas com ingestão controlada de alimentos (para controle de peso ou de açúcares).

Mas, o que quer dizer ingestão controlada ou restrição de nutrientes?
Os alimentos para dietas controladas não podem ter a adição de nutriente. Assim, alimentos para ingestão controlada de açúcar não pode haver inclusão desse nutriente sendo permitida a existência do açúcar natural do alimento como, por exemplo, a geléia diet que tem como açúcar natural a frutose.

Os alimentos restritos em carboidratos (pão, chocolate, bala diet) ou gorduras (iogurte desnatado 0% de gordura) podem conter, no máximo, a adição de 0,5 gramas do nutriente por 100 gramas ou 100 mL do produto. Já, os alimentos restritos em proteínas devem ser isentos desse nutriente. Como, a quantidade permitida nos alimentos com restrição de carboidratos e gorduras é muito pequena, é comum a definição de alimento diet sendo o produto isento de um nutriente específico.

É importante que fique claro que nem todos os alimentos diet apresentam diminuição significativa na quantidade de calorias e portanto, devem ser evitados pelas pessoas que querem emagrecer. Um exemplo clássico é o chocolate diet que apresenta teor calórico próximo do chocolate normal; é indicado para as pessoas diabéticas pois é isento (restrito) em açúcar (carboidrato), mas não para as que desejam reduzir de peso já que no chocolate diet há uma maior adição de gordura o que faz com que o seu valor calórico se aproxime do chocolate normal. Por outro lado, com a retirada de um nutriente, o alimento pode vir a apresentar uma diminuição de calorias mas, nesse caso, é preciso verificar se a redução justifica a substituição do alimento convencional pelo diet.

Alimento Light
A definição de alimento light deve ser empregada nos produtos que apresentem redução mínima de 25% em determinado nutriente ou calorias comparado com o alimento convencional. Para que ocorra a redução de calorias é necessário que haja a diminuição no teor de algum nutriente energético (carboidrato, gordura e proteína). Assim, a redução de um nutriente não energético, por exemplo, sódio (sal light) não interfere na quantidade de calorias do alimento.

Dessa maneira, a primeira diferença entre o alimento diet e light está na quantidade permitida de nutriente. Enquanto que o diet precisa ser isento, o light deve apresentar uma diminuição mínima de 25% de nutrientes ou calorias em relação ao alimento convencional. A segunda diferença, é conseqüência da primeira: o alimento light não é, necessariamente, indicado para pessoas que apresentem algum tipo de doença (diabetes, colesterol elevado, celíacos, fenilcetonúricos). Se, o alimento light apresentar eliminação do nutriente, por exemplo, açúcar (refrigerante light), poderá ser consumido pelos diabéticos.

Além disso, a quantidade do alimento consumido não deve ser aumentada por se tratar de um alimento que apresenta baixas calorias. Freqüentemente, ocorre o erro que ingerir o dobro do habitual por ser um alimento diet ou light mas, dificilmente, há a redução de 50% das calorias nesses alimentos.

Confusão é fácil de acontecer, por isso, ler os rótulos dos produtos light e diet e compará-los com o alimento convencional é importante para verificar se eles atendem as suas necessidades. Fique sempre atento na hora da compra pois, como esses alimentos são mais caros do que os convencionais, você poderá estar gastando mais por um alimento que não precisa ser substituído.

Algas

As algas - os legumes do mar
Seguramente que já ouviu falar das algas como alimento e é possível que até já tenha tido a coragem e curiosidade de as experimentar numa visita a um restaurante chinês, japonês ou macrobiótico. Pode até ter gostado bastante da experiência mas pensar que estes alimentos são por demais exóticos para utilizar no dia a dia e como tal fazem parte de um grupo especial de produtos que se utilizam em períodos excepcionais para aumentar a cultura gastronómica ou para nos divertirmos.
Ou, acha que gostaria de as utilizar com regularidade mas não sabe onde as comprar e muito menos como as cozinhar; para além disso não tem a mínima ideia de que algas deve escolher, uma vez que há tantas variedade diferentes.
Pois bem, neste artigo vou tentar elucidá-lo sobre estes preciosos alimentos e dar-lhe algumas dicas de como os utilizar.
As algas são literalmente vegetais marinhos (da mesma forma que as cenouras ou os brócolos são vegetais terrestres) e são utilizadas há séculos como alimento por povos como os chineses, japoneses, escoceses, irlandeses, islandeses, escandinavos, alemães, assim como pelos índios da América Latina que as utilizavam como medicamento para diferentes males.
Os vegetais marinhos têm uma riqueza enorme em minerais, particularmente cálcio (são muito mais ricas em cálcio do que os produtos lácteos) e em oligoelementos como cobre, zinco, estrôncio, cobalto, níquel, molibdénio, chumbo, estanho, vanádio, bromo, prata, crómio, bário, lítio, bismuto; o seu teor em proteínas é também bastante elevado assim como o teor em hidratos de carbono e vitaminas, possuindo algumas das algas quantidades assinaláveis de vitamina B12 que geralmente se considera só existir em produtos animais.


Se ficou impressionado com o valor nutricional destes alimentos, fique também a saber que as algas, quando bem confeccionadas, são extraordinariamente saborosas e enriquecem grandemente uma refeição. Num país como Portugal, podemos comer algas regularmente uma vez que somos banhados por uma extensa costa e da mesma forma que ingerimos bastante peixe devíamos ingerir o seu companheiro de habitat - as algas marinhas.
Quando comprar algas, as melhores disponíveis no mercado português são as japonesas ou as da costa da Bretanha, uma vez que são recolhidas ou cultivadas em mares pouco poluídos (costa bretã e região norte do Japão - ilha Hokaido).


As mais utilizadas são:
Wakame - de sabor suave, as wakame são principalmente utilizadas em sopas ou confeccionadas em conjunto com os vegetais. Deve demolhá-las durante cerca de 20 minutos e o tempo de confecção é de 15, 20 minutos.
Kombu - excelentes para cozinhar em conjunto com as leguminosas (tornam-nas muito mais macias e digeríveis, evitando a formação de gases intestinais) ou com os vegetais devem também ser demolhadas e demoram mais tempo a cozinhar do que as wakame (30 a 45 minutos ou mais).
Nori - muito em moda actualmente, uma vez que é com esta alga que se faz o famoso sushi, a nori prepara-se tostando-a rapidamente na chama do fogão. Pode comê-la directamente (tem um sabor agradável a peixe) ou parti-la aos pedaços e salpicar sobre a sopa, vegetais ou feijões.
Aramé - alga muito fina que se cozinha com os vegetais, excelente para os órgãos reprodutores femininos (mas também boa para os homens); deve demolhar cerca de 15 minutos e cozinha durante mais ou menos meia hora (ou mais).
Hiziki - textura semelhante à aramé, mas mais espessa e com um sabor a mar muito mais forte, a alga hiziki tem uma quantidade enorme de cálcio (ver tabela); cozinha como a aramé.
Agar-agar - em flocos ou barra, a agar-agar prepara fantásticas gelatinas de fruta ou de vegetais; excelente para obstipação e para ajudar a perder peso; deve demolhá-la poucos minutos e cozinhar até que a alga se dissolva; deixe depois solidificar e obtém uma gelatina excelente.
Estas são as principais algas utilizadas - pode também experimentar outras, menos conhecidas e um pouco mais exóticas como a dulse, mekabu, ou alface do mar.
Sugiro-lhe que vá consultando as receitas apresentadas na XIS onde pode aprender como melhor utilizar este extraordinário alimento natural.

fonte: Francisco Varatojo (Inst. macrobiótico de Portugal)

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