quinta-feira, 12 de março de 2009

Autoconhecimento e dieta

Por vezes não podemos deixar de beber ou comer em excesso, sob o risco de nos encontrarmos numa situação de vida que nos parece, de alguma forma, ainda pior.Estamos dizendo: prefiro ser gordo, obeso. E estamos sendo fiéis a nós mesmos pois emagrecer ou abandonar um vício pode ser muito perigoso, se esta mudança não vier acompanhada de um esforço para deter ou modificar aquilo que só não aflora graças a este pequeno truque de decodificação, que transforma “energias” negativas em obesidade ou tecido adiposo.Uma dieta pressupõe um acerto bem mais amplo que apenas uma fórmula que procure eliminar as conseqüências ou causas imediatas. Uma boa dieta quer dizer, em última análise, autoconhecimento.
Do que estamos tratando aqui é de uma dieta – um esforço de vida inteira. Falamos aqui de paciência e perseverança. Muitos são os que invalidam este esforço tentando valer-se do conceito de que é muito sacrifício, que é melhor engordar e trocar parte da saúde pela possibilidade de aproveitar a vida com toda intensidade. Não entendem, no entanto, que tratamos aqui de uma dieta, e não de um regime. Uma dieta, em si, é cheia de significado e nos traz enorme prazer em poder compartilhar como organismo de um esforço que é cada uma de nossas células. Regimes são sacrifícios e renúncias vazias, enquanto a dieta é uma nova visão pela qual se vive. Dieta representa estar-se constantemente mudando, em movimento.
RABINO NILTON BONDER(A Cabala da Comida)

Arroz integral

Vivemos num mundo cheio de incertezas.
Um mundo onde se constroem tantos hospitais quanto escolas.
Um mundo onde a troca consciente com o universo já não é moeda corrente.

Então, através de nossa conexão que começa na limpeza do corpo físico, podemos tentar procurar um mundo mais justo e feliz.
Nada mais fácil de fazer se você quer compreender que é dentro de você que se cria a insegurança, que leva às incertezas, que levam às guerras, que levam à pobreza, que leva à infelicidade.
Fácil de conceber a importância de nossa dieta de conexão se você quer compreender que existe um retorno a cada pensamento e que esse pensamento começa na troca existencial no seu prato de comida.

Nada mais fácil de compreender que se comermos arroz integral haverá menos guerras no mundo, né?

MARISA VOLONTERIO

quarta-feira, 11 de março de 2009

Guerras


Gelatinas

Gelatinas em pó têm muito açúcar e pouco colágeno
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

Apesar de ser uma sobremesa muito consumida por crianças, a gelatina não deveria fazer parte da alimentação infantil. É o que afirma a Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) após avaliar 11 pós para preparo do produto sabor morango: quatro na versão tradicional, quatro na versão diet e três na versão zero.
Por conterem adoçantes, as versões sem açúcar já não eram recomendadas para crianças saudáveis. Mas o levantamento mostrou que mesmo as versões tradicionais não são indicadas.

Para a associação, gelatina não deveria ser consumida por crianças; empresas fabricantes dizem seguir legislação em vigor no Brasil. Um dos problemas é que duas das marcas possuem adoçante mesmo nas versões tradicionais. Segundo a Pro Teste, a informação não tem o destaque necessário no rótulo. Nos dois casos, as embalagens trazem personagens ou promoções voltados para o público infantil.
"A quantidade de adoçante que cada um deve ingerir por dia é calculada com base no peso da pessoa. No caso da criança, é bem mais fácil atingir a dose máxima. Por isso, a não ser que ela seja diabética ou tenha acompanhamento de um especialista, não deve ingerir adoçantes", diz a nutricionista Manuela Dias, pesquisadora de alimentos da Pro Teste.

Outro problema detectado foi excesso de açúcar. A média nas versões tradicionais foi de 7,9 g por porção, que equivale a um copo, ou 120 g, de gelatina pronta. O valor ultrapassa até a quantidade que adultos devem consumir: no máximo 7,5 g em um lanche. Para crianças de um a três anos, o valor é de 3,9 g. O produto da Bretzke foi o mais açucarado: 10,9 g por porção.

A Pro Teste destaca outra questão que considera preocupante: todas as gelatinas tinham o conservante amarelo crepúsculo, que vem sendo relacionado à propensão à hiperatividade infantil. No Reino Unido, a substância é proibida.
As crianças são as mais vulneráveis aos corantes em geral, diz a nutricionista Edira Gonçalves, professora da UniRio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro). Segundo ela, o consumo excessivo pode debilitar o sistema imune, favorecendo doenças como gripes.
A nutricionista lembra que a gelatina é apenas um dos produtos ricos em corante no mercado. Ela orientou uma pesquisa, publicada em 2008 na revista "Ciência e Tecnologia de Alimentos", que avaliou o consumo de gelatina, refresco em pó e refrigerante por 150 crianças. Concluiu que esses alimentos são muito comuns na dieta infantil e introduzidos bem cedo: em relação à gelatina, até um ano de idade em 95% dos casos.

Pouco nutritiva
Se a presença de colágeno é o motivo para dar gelatina às crianças, Manuela Dias diz que não vale a pena. A quantidade encontrada não ultrapassou 2 g -apesar de não haver consenso, a Pro Teste diz que alguns estudos sugerem que seriam necessários 10 g diários para haver benefícios.
"Quem consumir com essa finalidade está se enganando. Uma pessoa saudável consegue repor o colágeno apenas com uma dieta normal, rica em proteínas."
Para Dias, a gelatina é "um pó de aditivos, corantes e edulcorantes", e os pais devem preferir alimentos mais saudáveis, como iogurte e frutas. "Como a gelatina é docinha e colorida, as crianças gostam. Mas é um alimento totalmente artificial, não tem nada de morango, por exemplo, só o aditivo."
Ela diz que não há problema na ingestão de gelatina por adultos -pode ser uma boa opção para quem quer emagrecer, por exemplo. "As pessoas só não devem pensar que estão ingerindo algo nutritivo."
Além das questões nutricionais, foram constatados problemas em rótulos, como falta de informação sobre a presença de sódio e falta da data de fabricação --o dado não é obrigatório, mas a Pro Teste recomenda. A associação defende que se crie uma norma para regular gelatinas que defina parâmetros como quantidade de açúcar e de colágeno.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u528644.shtml

Vinhos orgânicos

A agricultura orgânica é um setor bastante próspero e uma realidade atual. Apesar de ainda estar engatinhando, seu crescimento é visível. Alguns países da Europa contam com 10% de sua área agrícola cultivada por este método. A viticultura orgânica, porém, não tem a mesma projeção. Em 2000, apenas 1,6% do total da área vinícola era orgânico.Mesmo assim, já existem vinhos produzidos organicamente em países tanto no Novo como no Velho Mundo. Todos eles podem ser encontrados por aqui. Alguns são bem famosos, como os franceses Romanée-Conti — o mais cultuado tinto da Bourgogne —, o Château de Beaucastel, uma das mais renomadas vinícolas do vale do rio Rhône, e a família Chapoutier, da mesma região. Também produzem sua linha orgânica os argentinos da família Zuccardi, os chilenos da Cono Sur, da De Martino, o Kuyen Syrah Cabernet (delicioso!) e o Pargua Cabernet. Dos Estados Unidos vem o exemplar da Fetzer Vineyards. Juan Carrau produziu, em 1997, o primeiro vinho orgânico do Brasil, o Cabernet Sauvignon Juan Carrau. Em 1999 lançou um branco de gewurztraminer. Os dois rótulos deram origem à Linha Verde da Velho Museu, sua vinícola na Serra Gaúcha.Mas, afinal, o que é um vinho orgânico? A Federação Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica (IFoam) define cultura orgânica como: "sistema de manejo de produção holística que promove e melhora a saúde do agro-ecossistema, incluindo biodiversidade, ciclos biológicos e atividades biológicas dos solos". A viticultura orgânica é a aplicação destes princípios aos vinhedos. Traduzindo: dentro desta filosofia, o viticultor manejará todo um ecossistema onde a vinha é a planta predominante. Qualquer alteração em um dos elementos desse ciclo afetará todos os demais. O sistema se baseia na não utilização de herbicidas ou pesticidas químicos, que matam todo tipo de insetos e ervas. O que se procura é enfraquecer os insetos ou ervas que prejudicam o vinhedo e criar um ambiente propício para aqueles que ajudam.Os adubos químicos também são proibidos já que acabam entrando nas vinhas através da raiz. Isso também impede o esgotamento do solo. Todo o material aplicado é de origem orgânica, de preferência reutilizando materiais encontrados ao redor da região de cultivo, do mesmo ambiente. Nas adegas também não se utilizam produtos químicos na limpeza.Os viticultores orgânicos afirmam que, apesar das dificuldades, os resultados deste tipo de cultura fortalecem o vinhedo a longo prazo. A curto prazo, é verdade, ainda há muitos obstáculos. O sistema ainda é frágil em se tratando do combate a alguns fungos e pestes da vinha. A busca de clones mais resistentes é uma das soluções. O problema na Europa, porém, é que ainda não há regulamentação para a implantação desses novos clones. Tampouco há subsídios para proteção dos viticultores que têm suas produções diminuídas com a cultura orgânica.Nos Estados Unidos, onde o conceito de agricultura orgânica nasceu, a produção é bem regulamentada. Alguns produtores sentem, porém, que colocar "vinho orgânico" no rótulo ainda gera um certo preconceito. Os vinhos orgânicos podem apresentar mais fragilidades que os vinhos de cultivo normal em safras consideradas ruins. Os produtores, no entanto, garantem que em safras muito boas, dão ótimos produtos, pois a vinha fica mais fortalecida. Por terem o rendimento diminuído, os vinhos às vezes são um pouco mais caros que os normais. Não há provas ainda que o vinho orgânico traga mais benefícios à saúde do que os demais. Sua grande vantagem mesmo é a do grande equilíbrio que gera na vinha em relação ao meio ambiente e à qualidade de vida. Na prova que importa, que é da boca, os vinhos orgânicos ainda não comprovaram serem mais saborosos ou ricos do que os de cultivo normal. De fato, é sempre uma experiência interessante provar um vinho destes, que vem de um contato tão intenso com sua terra de origem. Podem ser decepcionantes ou impressionantes, em suma, como qualquer outro vinho. Ele só é cultivado, e produzido, com maior respeito à natureza. E isso pode ser uma boa razão para, pelo menos, prová-los. Trata-se, em resumo, de um vinho politicamente correto, ou seja, uma opção (que afinal de contas, faz toda a diferença) para os apreciadores de produtos que vêm da natureza.
Alexandra Corvo é formada Sommelière pela Ecole d'ingenieurs Oenologiques de Changins, na Suíça e dirige a empresa Ciclo das Vinhas, especializada em cursos de vinhos para amadores e profissionais.Contatos: 3891 1690 / 9103 0838 - contato@alexandracorvo.com.br - www.alexandracorvo.com.br

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