quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Açúcar pode causar efeito semelhante ao da cocaína no cérebro

DA "NEW SCIENTIST"
O açúcar pode causar efeito no cérebro semelhante ao da cocaína, segundo estudos recentes realizados nos Estados Unidos. Atualmente, há evidências convincentes de que os alimentos ricos em gordura, açúcar e sal --como a maioria de junk food-- podem alterar a química do cérebro, da mesma forma como drogas altamente viciantes, como cocaína e heroína.
A ideia, considerada marginal há apenas cinco anos, está rapidamente se tornando uma visão comum entre pesquisadores em razão de novos estudos. Apesar disso, os mecanismos biológicos que levam ao vício em junk food ainda não foram revelados.
Alguns cientistas dizem que há dados suficientes para justificar a regulação governamental do setor de fast food e as advertências de saúde pública sobre os produtos que têm níveis perigosos de açúcar e gordura. Um advogado de campanha afirmou que pode até haver provas suficientes para organizar uma luta legal contra a indústria do fast food por vender alimentos sabidamente prejudiciais à saúde, ecoando as ações judiciais contra a indústria do tabaco nos anos 1980 e 1990.
"Temos que educar as pessoas sobre como seus cérebros são hipnotizados por gordura, açúcar e sal", disse David Kessler, ex-comissário da FDA (agência reguladora americana de alimentos e medicamentos) e agora diretor do Centro para Ciência no Interesse Público, com sede em Washington DC. Mas será que os doces podem ser tão prejudiciais quanto vício em drogas?
Antes de haver qualquer evidência científica sobre isso, foi a indústria de perda de peso que introduziu a ideia ao público. Por exemplo, no livro "Lick the Sugar Habit", publicado em 1988, a autora Nancy Appleton, autodeclarada viciada em açúcar, ofereceu uma lista de verificação para determinar se os leitores também eram viciados em açúcar. Desde então, o conceito tornou-se banal.
Em 2001, fascinado pelo fenômeno cultural emergente, os neurocientistas Nicole Avena, agora na Universidade da Flórida, em Gainesville, e Bartley Hoebel, da Universidade de Princeton, começaram a explorar a ideia de se ter uma base biológica. Eles começaram a procurar sinais de vício em animais que eram alimentados com junk food.

VÍCIO EM AÇÚCAR
O açúcar é um ingrediente chave na maioria de junk food, por isso eles ofereceram um xarope da substância a ratos, de concentração similar ao do açúcar presente em um refrigerante comum, por cerca de 12 horas por dia. Ao mesmo tempo, outros ratos eram alimentados com água e comida normal.
Depois de apenas um mês nessa dieta, os ratos desenvolveram mudanças de comportamento no cérebro, identificadas por Avena e Hoebel como idênticas às dos animais viciados em morfina. Eles ainda mostraram um comportamento ansioso quando a calda foi removida.
Os pesquisadores notaram que os cérebros dos ratos liberavam o neurotransmissor dopamina cada vez que tomavam a solução de açúcar, mesmo depois de terem bebido por semanas.
A dopamina conduz a busca do prazer --seja comida, drogas ou sexo. É um produto químico do cérebro vital para a aprendizagem, memória e tomada de decisão. "Eu esperava que ela fosse liberada quando eles comessem um alimento novo", afirma Avena, "não com o que eles já estavam habituados. Essa é uma das marcas da dependência de drogas.
A evidência encontrada foi a primeira concreta de uma base biológica para a dependência do açúcar que inspirou uma série de estudos com animais.
Os resultados estão entre as novidades mais interessantes em pesquisas de obesidade dos últimos 20 anos, de acordo com Mark Gold, autoridade internacional em estudos sobre alcoolismo e chefe do departamento de psiquiatria da Univercidade de Medicina da Flórida.
Desde o estudo de Avena e Hoebel, dezenas de outras pesquisas em animais confirmaram os resultados. Mas foram os recentes estudos em humanos os responsáveis pelas evidências em favor da rotulagem de junk food como um vício.
CÉREBRO VICIADOS
O vício é comumente descrito como um entorpecente dos circuitos de recompensa desencadeado pelo uso excessivo de alguma droga. Isto é exatamente o que acontece no cérebro de indivíduos obesos, segundo Gene-Jack Wang, presidente do departamento médico do US Department of Energy's Brookhaven National Laboratory, em Upton, Nova York. Em outro estudo publicado em 2001 no periódico "The Lancet", ele descobriu uma deficiência de dopamina no estriado do cérebro de indivíduos obesos que era praticamente idêntico ao dos dependentes de drogas.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/798195-acucar-pode-causar-efeito-semelhante-ao-da-cocaina-no-cerebro.shtml

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Os domingos precisam de feriados

Rabino Nilton Bonder

Toda sexta-feira à noite começa o Shabat para a tradição judaica. Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino no sétimo dia da Criação.

Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.

A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.

Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.

Hoje, o tempo de "pausa" é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações "para não nos ocuparmos". A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições.

Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia. Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas.

Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo...

Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.

Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente.

As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o Domingo de um feriado...

Nossos namorados querem "ficar", trocando o "ser" pelo "estar". Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI um dia seremos nossos?

Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante.

Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos...

Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.

O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida.

A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é "o que vamos fazer hoje?" já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.

Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande "radical livre" que envelhece nossa alegria o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.

Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.

Açúcar e Câncer

Açúcar e câncer

18/8/2009

Agência FAPESP – A ingestão demasiada de açúcar pode estimular o desenvolvimento de tumores? Um estudo que será publicado esta semana no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences destaca a muito discutida mas pouco compreendida relação entre glicose e câncer.

A pesquisa também tem implicações importantes para outras doenças, como o diabetes. “Sabemos desde 1923 que células tumorais usam muito mais glicose do que células normais. Nossa pesquisa ajuda a tentar entender como esse processo ocorre e como pode ser interrompido de modo a tentar controlar o crescimento dos tumores”, disse Donald Ayer, professor do Instituto de Câncer Huntsman da Universidade de Utah e um dos autores do trabalho.

Durante o crescimento de células normais ou cancerosas ocorre um processo no nível celular que envolve tanto a glicose (açúcar) como a glutamina (aminoácido). Esses dois são essenciais para o crescimento celular e acreditava-se que funcionassem de modo independente.

O novo estudo mostra que glicose e glutamina são interdependentes. Os pesquisadores descobriram tal relação ao observar que, ao restringir a disponibilidade de glutamina, a utilização de glicose também era interrompida.

“Em resumo, se não temos glutamina a célula entra em uma espécie de curto-circuito por causa da falta de glicose. Isso, por sua vez, suspende o crescimento das células tumorais”, disse Ayer.

O trabalho do pesquisador e de seus colegas focou em uma proteína chamada mondoA, responsável por ligar e desligar genes. Na presença da glutamina, a proteína bloqueia a expressão de um gene conhecido como TXNIP.

Estima-se que o TXNIP seja supressor de tumores, mas, quando é bloqueado pela mondoA, ele faz com que as células passem a ingerir glicose, o que, por sua vez, estimula o crescimento de tumores.

Segundo Ayer, a próxima etapa da pesquisa enfocará o desenvolvimento de modelos animais para testar como o controle da mondoA e da TXNIP pode ajudar no controle do desenvolvimento do câncer.

O artigo Glutamine-dependent anapleurosis dictates glucose uptake and cell growth by regulating mondoA transcriptional activity, de Donald Ayer e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da Pnas em www.pnas.org.

http://www.agencia.fapesp.br/materia/10931/divulgacao-cientifica/acucar-e-cancer.htm

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quase metade dos adultos tem excesso de peso

21/06/2010 - 16h10
Do UOL Ciência e Saúde
O brasileiro ficou mais gordo nos últimos anos. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que 46,6% da população está com excesso de peso e 13,9% são obesos. Os números de 2009 apresentam crescimento em comparação com os de 2006 quando 42,7% dos adultos estavam acima do peso e 11,4% poderiam ser classificados como obesos.
Proporção de excesso de peso por capital (%)
Rio Branco 52,2
Campo Grande 50,8
São Paulo 50,5
Rio de Janeiro 50,4
Boa Vista 49,1
Porto Velho 48,8
Aracaju 47,4
Fortaleza 47,0
Cuiabá 46,7
Vitória 46,3
Porto Alegre 46,1
Goiânia 45,8
Manaus 45,6
Recife 45,6
Curitiba 45,5
Natal 45,5
Salvador 45,3
Florianópolis 45,0
Belém 44,2
Macapá 43,5
João Pessoa 42,9
Maceió 41,5
São Luís 40,3
Belo Horizonte 39,9
Teresina 39,4
Palmas 37,7
Distr. Federal 36,2

* Fonte: Dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico de 2009

Os homens são mais gordos, 51% contra 42,3% das mulheres, segundo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que entrevistou 54 mil adultos.

O sedentarismo e padrões alimentares inadequados são apontados como causa do excesso de peso dos brasileiros. Apesar disto, a obesidade é vista como uma tendência mundial.

Entre os homens, o ganho de peso é mais comum a partir dos 35 anos e chega a 59,6% de homens de 55 a 64 com sobrepeso. Na população feminina, o índice mais que dobra na faixa etária dos 45 aos 54 anos (52,9%) em relação a 18-24 anos (24,9%).

Já a prevalência da obesidade entre homens quase triplica do grupo etário de 18 a 24 anos (7,7%) para 55 a 64 anos (19,9%). Quando se levam em consideração só as mulheres, o índice aumenta mais de três vezes na comparação das duas faixas etárias: de 6,2% para 21,3%.

Doenças
O excesso de peso aliado ao sedentarismo e à má alimentação contribui para o aparecimento de doenças crônicas. De acordo com o estudo, 24,4% da população brasileira foi diagnosticada com hipertensão arterial e 5,8% afirma sofrer de diabetes.

O consumo excessivo de sal e gordura é apontado como fator de risco para a pressão alta, enquanto a incidência de diabetes pode estar relacionada à ingestão de grande quantidade de açúcar, massas e alimentos calóricos.

Bebidas e cigarro

A pesquisa também revelou que, de 2006 a 2009, o percentual de fumantes na população caiu de 16,2% para 15,5%, segundo o Ministério da Saúde. O índice é bem menor que na Argentina e nos Estados Unidos, onde respectivamente 35% e 40% da população são dependentes da nicotina.

Pela primeira vez, a Vigitel aferiu a frequência de fumantes passivos na população. O levantamento aponta que 13,3% dos brasileiros não-fumantes moram com pelo menos uma pessoa que costuma fumar dentro de casa. Além disso, 12,8% das pessoas que não fumam convivem com ao menos um colega que fuma no local de trabalho.

Já a proporção de pessoas que declaram consumo abusivo de álcool cresceu de 16,2% da população, em 2006, para 18,9%, em 2009. O Ministério considera excesso de bebida alcoólica cinco ou mais doses na mesma ocasião em um mês, no caso dos homens, ou quatro ou mais doses, no caso das mulheres.

O levantamento mostra que as situações de descontrole na hora de beber são mais frequentes na população masculina. No ano passado, 28,8% dos homens e 10,4% das mulheres beberam demais.

SOJA – A História Não É Bem Assim

Excelente artigo escrito pelo médico Alexandre Feldman, após extensa pesquisa a respeito da soja e seus derivados, ingrediente amado por uns e odiado por outros. Consumido largamente nos dias de hoje nas formas mais variadas e perigosas.

Hoje em dia existe uma verdadeira febre de consumo de soja. Propagada como um alimento rico em proteínas, baixo em calorias, carboidratos e gorduras, sem colesterol, rico em vitaminas, de fácil digestão, um ingrediente saboroso e versátil na culinária, a soja, na verdade é mais um “conto do vigário” do qual a maioria é vítima.
É bem verdade que a soja vem da Ásia, mais especificamente da China. Porém, os chineses só consumiam produtos FERMENTADOS de soja, como o shoyu e o missô.
Por volta do século 2 A.C., os chineses descobriram um modo de cozinhar os grãos de soja, transfomá-los em um purê e precipitá-lo através de sais de magnésio e cálcio, formando o assim chamado “queijo de soja” ou tofu. O uso destes alimentos derivados de soja se espalhou pelo oriente, especialmente no Japão. O uso de “queijo de soja” como fonte de proteí¬na data do século 8 da era cristã (Katz, Solomon H: “Food and Biocultural Evolution: A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems”, Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).
Não é à toa que os antigos chineses não se alimentavam do grão de soja. Hoje a ciência sabe que ela contém uma série de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, e que recebem o nome de antinutrientes.
Um destes antinutrientes é um inibidor da enzima tripsina, produzida pelo pâncreas e necessária à boa digestão de proteínas. Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento. Com a redução da digestão das proteínas, o caminho fica aberto para uma série de deficiências na captação de aminoácidos pelo organismo. Animais de laboratório desenvolvem aumento no tamanho do pâncreas e até câncer nessa glândula, quando em dietas ricas submetidos a inibidores da enzima tripsina.
Uma pessoa que não absorve corretamente os aminoácidos, tem o seu crescimento e desenvolvimento prejudicado. Você já notou que os japoneses são, normalmente, mais baixinhos? Já os descendentes que vivem em outros paí¬ses e adotam as dietas desses países, costumam ter uma estatura maior que a média no Japão. (Wills MR et al: Phytic Acid and Nutritional Rickets in Immigrants. The Lancet, 8 de abril de 1972, páginas 771-773).
O efeito inibitório da absorção de aminoácidos pode comprometer a fabricação de inúmeras substâncias formadas a partir dos mesmos, entre os quais, os neurotransmissores. A enxaqueca, a cefaléia em salvas, a cefaléia do tipo tensional, e outras dores de cabeça, além de depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia, são causadas por um desequilíbrio dos neurotransmissores. Qualquer fator que prejudique a sua fabricação, pode aumentar ou perpetuar esse desequilíbrio.
A soja contém também uma substância chamada hemaglutinina, que pode aumentar a viscosidade do sangue e facilitar a sua coagulação. Portadores de enxaqueca já sofrem de um aumento na tendência de coagulação do sangue e uma propensão maior a acidentes vasculares. A pior coisa para esses indivíduos é ingerir substâncias que agravam essa tendência.
Tanto a tripsina, quanto a hemaglutinina e os fitatos, que mencionaremos a seguir, são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu.
Os fitatos, ou ácido fítico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas em todas as sementes, e que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como o cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência).
Você não sabia de nada disso?
Mas a ciência já sabe, estuda esse fenômeno extensamente e não tem dúvidas a respeito. Já comprovou este fato em estudos realizados em países subdesenvolvividos cuja dieta é baseada largamente em grãos. (Van-Rensburg et al: Nutritional status of African populations predisposed to esophageal cancer, Nutr Cancer, volume 4, páginas. 206-216; Moser PB et al: Copper, iron, zinc and selenium dietary intake and status of Nepalese lactating women and their breast-fed infants, Am J Clin Nutr, volume 47, páginas 729-734; Harland BF, et al: Nutritional status and phytate: zinc and phytate X calcium: zinc dietary molar ratios of lacto-ovo-vegetarian Trappist monks: 10 years later. J Am Diet Assoc., volume 88, páginas 1562-1566).
Claro que a divulgação desse conhecimento não é do interesse de toda uma indústria multibilionária da soja. A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal. (El Tiney AH: Proximate Composition and Mineral and Phytate Contents of Legumes Grown in Sudan”, Journal of Food Composition and Analysis, v. 2, 1989, pp. 67-78).
Para os demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio etc), é possível reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos, através de cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado. (Ologhobo AD et al: Distribution of phosphorus and phytate in some Nigerian varieties of legumes and some effects of processing. J Food Sci volume 49 número 1, páginas 199-201).
Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados.
Interessantemente, se produtos como o tofu forem consumidos com carne, ocorre uma redução dos efeitos inibidores dos fitatos. (Sandstrom B et al: Effect of protein level and protein source on zinc absorption in humans. J Nutr volume 119 número 1, páginas 48-53; Tait S et al, The availability of minerals in food, with particular reference to iron J R Soc Health, volume 103 número 2, páginas 74-77).
Mas geralmente, os maiores consumidores de tofu são vegetarianos que pretendem consumi-lo em lugar da carne!
O resultado?
Deficiências nutricionais que podem levar a doenças como dores crônicas, como dor de cabeça e fibromialgia. O zinco e o magnésio são necessários para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. O zinco, em particular, está envolvido na produção de colágeno, na fabricação de proteí¬nas e no controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um componente de várias enzimas e ser essencial para o nosso sistema de defesas. Os fitatos da soja prejudicam a abosrção do zinco mais do que qualquer outra substância. (Leviton, Richard: Tofu, Tempeh, Miso and Other Soyfoods: The “Food of the Future” – How to Enjoy Its Spectacular Health Benefits, Keats Publishing Inc, New Canaan, CT, 1982, páginas 14-15).
Por conta da tradição oriental, indústria da soja conseguiu inseri-la num patamar de “alimento saudável”, sem colesterol e vem desenvolvendo um mercado consumidor cada vez mais vegetariano. Infelizmente, ouvimos médicos e nutricionistas desinformados, ou melhor, mal informados por publicações pseudo-cientí¬ficas patrocinadas e divulgadas pela indústria da soja, fornecendo conselhos, em programas de TV em rede nacional, no sentido de consumi-la na forma de leite de soja (até para bebês!!), carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, sorvete de soja, queijo de soja, óleo de soja, lecitina de soja, proteína texturizada de soja, e a maior sensação do momento, comprimidos de isoflavonas de soja, sobre a qual comentarei mais adiante neste livro. A divulgação, na grande mídia, destes produtos de paladar no mínimo duvidoso, como sendo saudáveis, tem resultado em uma aceitação cada vez maior dos mesmos por parte da população.
Que prejuízo! (Não para a indústria, é claro).
Sabe como se faz leite de soja?
Primeiro, deixa-se de molho os grãos em uma solução alcalina, de modo a tentar neutralizar ao máximo (mas não totalmente) os inibidores da tripsina. Depois, essa pasta passa por um aquecimento a mais de 100 graus, sob pressão. Esse processo neutraliza grande parte (mas não a totalidade) dos antinutrientes, mas em troca, danifica a estrutura das proteínas, tornando-as desnaturadas, de difícil digestão. (Wallace GM: Studies on the Processing and Properties of Soymilk. J Sci Fd Agric volume 22, páginas 526-535). Além disso, os fitatos remanescentes são suficientes para impedir a absorção de nutrientes essenciais.
A propósito, aquela tal solução alcalina onde a soja fica de molho é à base de n-hexano, nada mais que um solvente derivado do petróleo, cujos traços ainda podem ser encontrados no produto final, que vai para a sua mesa, e que pode gerar o aparecimento de outras substâncias cancerígenas. Este n-hexano reduz, também, a concentração de um aminoácido importante, a cistina. (Berk Z: Technology of production of edible flours and protein products from soybeans. FAO Agricultural Services Bulletin 97, Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas, página 85, 1992). Felizmente, a cistina se encontra abundante na carne, ovos e iogurte integral – alimentos estes normalmente evitados pelos consumidores de leite de soja.
Mas como? A soja não é saudável? Não é isso que dizem os médicos e nutricionistas?
Infelizmente, a culpa não é deles, e sim do jogo de desinformação que interessa à toda a indústria alimentícia. A alimentação, assim como a saúde, é um grande negócio. Dois terços de todos os alimentos processados industrialmente, contém algum derivado da soja em sua composição. É só conferir os rótulos. A lecitina de soja atua como emulsificante. A farinha de soja aumenta a “vida de prateleira” de uma série de produtos. O óleo de soja é usado amplamente pela indústria de alimentos. A indústria da soja é enorme e poderosa.
E como se fabrica a proteína de soja?
Em primeiro lugar, retira-se da soja moída o seu óleo e o seu carboidrato, através de solventes químicos e alta temperatura. Em seguida, mistura-se uma solução alcalina para separar as fibras. Logo após, submete-se a um processo de precipitação e separação utilizando um banho ácido. Por último, vem um processo de neutralização através de uma solução alcalina. Segue-se uma secagem a altas temperaturas e à redução do produto a um pó. Este produto, altamente manipulado, possui seu valor nutricional totalmente comprometido. As vitaminas se vão, mas os inibidores da tripsina permanecem, firmes e fortes! (Rackis JJ et al: The USDA trypsin inhibitor study. I. Background, objectives and procedural details. Qual Plant Foods Hum Nutr, volume 35, pág. 232).
Não existe nenhuma lei no mundo que obrigue os alimentos à base de soja a exibirem, nos rótulos, a quantidade de inibidores da tripsina. Também não existe nenhuma lei padronizando as quantidades máximas deste produto. Que conveniente!
O povo… coitado… só foi “treinado” para ficar de olho na quantidade de coleterol – esta sim, presente em todos os rótulos. Uma substância natural e vital para o crescimento, desenvolvimento e bom funcionamento do cérebro e do organismo como um todo.
O povo nunca ouviu falar nos antinutrientes e inibidores da tripsina dos alimentos de soja.
A proteína texturizada de soja (proteína texturizada vegetal, carne de soja) possui um agravante: a adição de glutamato monossódico, no intuito de neutralizar o sabor de grão e criar um sabor de carne.
Alguns pesquisadores acreditam que o grande aumento das taxas de câncer de pâncreas e fígado, na África, se deve à introdução de produtos de soja naquela região. (Katz SH: Food and Biocultural Evolution: A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems. Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).
A minha dica: Quando consumir soja, utilize apenas os derivados altamente fermentados, como o missô e o shoyu. Mesmo assim, muita atenção para os rótulos. Compre apenas se neles estiver escrito “Fermentação Natural”, e se NÃO contiverem produtos como glutamato monossódico e outros ingredientes artificiais. Quando consumir tofu, certifique-se de lavá-lo com água corrente, pois grande quantidade dos antinutrientes ficam no seu soro.

A Convergência da Soja

por Dr José Carlos B Peixoto, médico*

Até os idos dos anos 70, acreditem: a soja era pouco conhecida no Brasil. A introdução deste exótico feijão em nosso país pode ter sido por volta do final do século XIX.
O que o marketing conseguiu fazer deste produto - a melhor coisa que a indústria alimentar jamais poderia ter produzido, é espetacular. Fez um vegetal impróprio para a alimentação humana até meados do século passado se tornar a síntese da comida saudável, sendo adicionado a praticamente tudo que se come no mundo ocidental. Um fenômeno, sem dúvida.
Antes da soja ser a dominância absoluta da paisagem agrícola de grande parte do solo produtivo do sul do Brasil, o produtor rural poderia produzir quase tudo o que comia. Era muito simples, poderia produzir alimentos que iriam do campo para a mesa ou para os mercados das cidades próximas. Como se sabe a soja não sai do campo para a mesa. Precisa ir para a indústria de transformação, produção alimentícia, rede de distribuidores intermediários e pontos de venda. O plantador fornece um poderoso insumo de uma gigantesca máquina mercantil, e só come seu produto após chegar ao supermercado. Super vantajoso... para o setor secundário e terciário, evidentemente.
Para validar este formidável transformação ecológica foi criado um dos maiores mitos da saúde aplicada à alimentação. Isto validou uma corrupção no senso comum atual, que foi construída perversamente em cima de meias verdades, pesquisas incompletas, sofismas históricos, coaptação de um idealismo new age (naturalismo dogmático, purismo vegetariano etc...) e milhões de dólares em propaganda.
Tudo começa quando se estuda a história da soja do Oriente. Era um dos cinco grãos sagrados, mas não para comer, mas sim para fixar nitrogênio no solo para favorecer o plantios dos grãos comestíveis. Só se transformou em algo comestível a partir das descobertas das técnicas de fermentação com sulfato de cálcio ou magnésio (por volta de 200 AC), quando surgiu o misso e o tofu, sempre comidos com proteínas animais, já que só assim este novo alimento seria seguro. A proteína isolada de soja jamais foi conhecido na tradicional comida oriental pelo singelo fato de só ser possível sua existência após as técnicas industriais do século XX no ocidente. Assim a famosa carne de soja é um brinde tecnológico que nunca foi a base alimentar oriental. Alias no Japão e China a média do consumo de soja não passa de duas colheres de chá por dia (consumida nos complementos alimentares). O consumo de soja majoritário só ocorria em monastérios de monges celibatários vegetarianos, visto que ela é um excelente supressor da libido.
Sally Fallon e Mary Enig, excepcionais estudiosas da área da nutrição que chegaram a impressionantes resultados em pesquisas a respeito das tradições alimentares, fizeram um incrível relato de suas pesquisas sobre a soja. Alguns dados são assustadores: a alimentação baseada em soja para crianças afeta de modo dramático as taxas de hormônios femininos, na forma de fitoestrogênios, que chega a ser 22.000 vezes maiores que as normais (em meninos e meninas, sendo comparado a ingestão de cinco pílulas anticonceptivas por dia). Mães vegetarianas usuárias deste tipo de alimento afetam sua prole de modo similar ao terrível dietilbestrol dos anos 50.
O fitohormonio isoflavona está longe de ser saudável. Os antinutrientes da soja são perigosos em vários aspectos para ossos, tireóide, sistema cardio vascular, e sistema imuno-endócrino. E possivelmente seja um incrementador de vários tipos de câncer, (mama, entre outros).

A convergência da soja está a serviço de um interesse óbvio para qualquer observador da área econômica. Centralizar o máximo possível a indústria alimentar em único produto chave, e este produto ser de propriedade de poucos - haveria melhor negócio? Atualmente a soja transgênica é posse de duas empresas apenas. É tão poderosa esta engrenagem, que o governo brasileiro legalizou a produção obtida a partir de sementes vindas do comércio ilegal. (Imagine se pessoas comuns resolvessem se beneficiar de frutos de comércio ilegal?)
A busca pela saúde passa naturalmente pela questão alimentar, no entanto não devemos esquecer uma máxima de economia básica: não há negócio mais garantido do que vender alimentos, já que todos precisamos comer. Infelizmente estamos numa fase de tremendo obscurantismo no conhecimento do que realmente é saudável para comermos, visto que a confusão tem sido a estratégia assumida por este setor produtivo.
Conhecer as tradições alimentares, principalmente pelos povos que estavam verdadeiramente integrados aos seus ambientes ecológicos pode ser o óbvio ponto de partida para não cairmos em verdadeiros contos do vigário como aquela propaganda super mal intencionada dos óleos vegetais: "este produto não contém colesterol". Enquanto o lucro for mais importante que a verdade, dificilmente a saúde será o comum no dia a dia em nossa sociedade.
__________

(Baseado no artigo "Newest research on why you should avoid soy" por Sally Fallon e Mary Enig, Nexus Magazine, vol 7, (April-May 2000), disponível no site http://www.mercola.com/article/ soy/avoid_soy.htm)

*

Israel também acha que Soja não é um bom alimento
O Ministério da Saúde de Israel passou a recomendar que a soja e seus produtos sejam consumidos com moderação, e que as fórmulas para mamadeira contendo soja sejam completamente evitadas. Há centenas de estuos ligando a soja a problemas como câncer, transtornos digestivos, doenças da tireóide, transtorno do déficit de atenção (ADD, em inglês), deterioração mental e transtornos reprodutivos.
A decisão israelita foi baseada nas conclusões de um comitê formado por oncologistas, pediatras, nutricionistas e outros especialistas. O comitê concluiu que:
• Os indícios de que a soja alivia os sintomas da menopausa são inconsistentes;
• Os fitoestrógenos da soja aumentam os riscos de câncer de mama; e
• Os fitoestrógenos da soja podem também reduzir a fertilidade masculina.
As medidas adotadas pelo Ministério da Saúde de Israel estão de acordo com as recomendações das autoridades de saúde do Reino Unido e da Associação Dietética Britânica. Segundo o Dr. Joseph Mercola, produtos fermentados de soja podem continuar sendo usados por aquelas pessoas que se beneficiam com isso.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Câncer matará 13,2 milhões por ano até 2030, diz ONU

01 de junho de 2010 | 19h 51
REUTERS

Até 2030, o câncer deve matar mais de 13,2 milhões de pessoas por ano, quase o dobro do número de vítimas da doença em 2008, disse a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (AIPC, um órgão da ONU) nesta terça-feira.

Também em 2030, a previsão é de que quase 21,4 milhões de novos casos sejam diagnosticados por ano.

Ao lançar um novo atlas da incidência global do câncer em 2008, último ano com dados disponíveis, a agência disse que o ônus do tratamento está cada vez mais passando dos países ricos para os pobres.

"O câncer não é raro em lugar nenhum do mundo, nem confinado a países de altos recursos", disse a AIPC em nota.

Em 2008, houve 12,7 milhões de novos casos de câncer, e 7,6 milhões de mortes. Cerca de 56 por cento dos novos casos e 63 por cento das mortes foram nos países em desenvolvimento.

Naquele ano, os tipos mais comuns de câncer foram de pulmão (1,61 milhão de casos), mama (1,38 milhão) e colorretal (1,23 milhão). Os mais letais foram os de pulmão (1,38 milhão de mortes), estômago (740 mil) e fígado (690 mil).

(Reportagem de Kate Kelland)
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,cancer-matara-132-milhoes-por-ano-ate-2030-diz-onu,560141,0.htm

http://www.iarc.fr/en/media-centre/iarcnews/2010/globocan2008.php

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Brasil é destino de agrotóxicos banidos no exterior

30 de maio de 2010 | 7h 51
AE - Agência Estado

Campeão mundial de uso de agrotóxicos, o Brasil se tornou nos últimos anos o principal destino de produtos banidos em outros países. Nas lavouras brasileiras são usados pelo menos dez produtos proscritos na União Europeia (UE), Estados Unidos e um deles até no Paraguai. A informação é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com base em dados das Nações Unidas (ONU) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Apesar de prevista na legislação, o governo não leva adiante com rapidez a reavaliação desses produtos, etapa indispensável para restringir o uso ou retirá-los do mercado. Desde que, em 2000, foi criado na Anvisa o sistema de avaliação, quatro substâncias foram banidas. Em 2008, nova lista de reavaliação foi feita, mas, por divergências no governo, pressões políticas e ações na Justiça, pouco se avançou.

Até agora, dos 14 produtos que deveriam ser submetidos à avaliação, só houve uma decisão: a cihexatina, empregada na citrocultura, será banida a partir de 2011. Até lá, seu uso é permitido só no Estado de São Paulo.

Enquanto as decisões são proteladas, o uso de agrotóxicos sob suspeita de afetar a saúde aumenta. Um exemplo é o endossulfam, associado a problemas endócrinos. Dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que o País importou 1,84 mil tonelada do produto em 2008. Ano passado, saltou para 2,37 mil t. "Estamos consumindo o lixo que outras nações rejeitam", resume a coordenadora do Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológicas da Fundação Oswaldo Cruz, Rosany Bochner.

O coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Rangel, admite que produtos banidos em outros países e candidatos à revisão no Brasil têm aumento anormal de consumo entre produtores daqui. Para tentar contê-lo, deve ser editada uma instrução normativa fixando teto para importação de agrotóxicos sob suspeita. O limite seria criado segundo a média de consumo dos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-e-destino-de-agrotoxicos-banidos-no-exterior,558953,0.htm

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Tendência à obesidade costuma ser definida antes dos 2 anos

Metade das crianças estudadas já eram obesas aos dois anos
Uma pesquisa americana indica que a tendência à obesidade é definida antes dos dois anos de idade.

O estudo com mais de cem crianças e adolescentes obesos, publicado na revista médica Clinical Pediatrics, descobriu que mais da metade deles já estava acima do peso antes dos dois anos. Antes dos cinco anos, 90% deles já demonstravam sinais de obesidade.

Um quarto deles já estava acima do peso aos cinco meses de idade.

Apesar de as razões para o ganho de peso excessivo na infância e adolescência ainda não serem conhecidas, os pesquisadores dizem que alguns fatores que contribuem para isso são uma dieta inadequada, a introdução de alimentos a bebês muito cedo e a falta de exercício.

Hábitos alimentares
Os cientistas também dizem que as preferências alimentares já podem estar definidas entes dos dois anos de idade e que pode ser difícil modificar os hábitos das crianças mais tarde.

Segundo o coordenador do estudo, John Harrington, da Eastern Virginia Medical School, os resultados devem chamar a atenção dos médicos.

“Frequentemente, os médicos esperam que haja complicações médicas antes de começar o tratamento”, diz ele.

“Fazer com que pais e crianças mudem hábitos arraigados é um desafio monumental, repleto de decepções. O estudo indica que pode ser necessário discutir ganho de peso inapropriado no início da infância para que haja uma redução significativa na atual tendência de obesidade.”
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/02/100213_obesidadeinfantil_is.shtml

Menino obeso de 5 anos retrata geração que 'pode morrer antes dos pais'

Leon, de 5 anos, pesa 65,9 kg (Foto: BBC)
A luta de um menino de 5 anos contra a obesidade mórbida foi o destaque de um documentário da BBC sobre uma epidemia de males infantis que poderiam ser evitados e que, segundo médicos, podem levar integrantes da atual geração de crianças britânicas a morrer antes de seus pais.

Leon, de 65,9 quilos, é uma das 200 mil crianças atendidas anualmente no maior hospital infantil da Europa, o Alder Hey, de Liverpool, na Grã-Bretanha.

O programa Panorama, exibido na terça-feira pela BBC e assistido por 3,6 milhões de espectadores, mostrou parte da rotina do menino em casa, onde vive com a mãe e a avó. Para ir e voltar da escola, ele é transportado em uma cadeira de rodas, por não ter disposição para caminhar.

O programa também "flagrou" Leon comendo bolo de chocolate e um prato de cereal com leite e frutas na frente da televisão, minutos antes de jantar, apesar das recomendações do pediatra quanto à sua dieta e atividades físicas.
Em entrevista ao repórter da BBC, a mãe do menino disse que ele mantém uma alimentação saudável e está praticando exercícios.

Dentro de casa
A obesidade em crianças e adultos é um dos maiores problemas de saúde pública na Grã-Bretanha. O número de internações no país por causa de doenças resultantes do excesso de peso aumentou em aproximadamente 60% entre os períodos de 2007/2008 e 2008/2009.

"Nas crianças, o problema está relacionado a fatores como os pais trabalhando a maior parte do dia, a quantidade de horas passadas em frente à TV, o tempo dedicado a atividades físicas e o tipo de alimentos que elas ingerem", explicou à BBC o pediatra Mohammed Didi, do hospital Alder Hey, que acompanha Leon.
Segundo ele, é o que acontece dentro de casa que determina a saúde da criança.

No mesmo hospital, a reportagem da BBC encontrou crianças com menos de 6 anos de idade sendo submetidas a cirurgias com anestesia geral para a remoção de dentes de leite careados.

Kaitlyn, de 5 anos, por exemplo, foi internada para ter oito molares extraídos - quase metade de seus dentes.

Segundo o cirurgião-dentista Rod Llewelyn, o problema foi causado pelo excesso de açúcar na alimentação da menina, o que sua mãe confirmou, citando a paixão da menina por doces, ketchup e refrigerantes.

Desvio de recursos
Apesar de não ameaçar diretamente a vida das crianças, as cáries prematuras respondem por mais da metade das mil cirurgias realizadas no Alder Hey a cada ano.
O hospital também interna anualmente de 500 a mil menores com problemas de saúde provocados pelo fumo passivo.

Somados a internações decorrentes de outros problemas evitáveis, como o tabagismo dos pais e o alcoolismo precoce, a obesidade e os problemas dentais estão desviando recursos humanos, materiais e financeiros que poderiam estar sendo usados para tratar de doenças mais graves, segundo o diretor do hospital, Steve Ryan.

"Isto não deveria estar acontecendo. Essas crianças não deveriam estar sofrendo destes problemas e não deveriam estar aqui neste hospital", disse ele à BBC. "Talvez esta seja uma geração que vá morrer antes de seus pais."
A estimativa é de que esses problemas custem ao sistema mais de US$ 1,5 milhão por ano.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/04/100414_meninoobesoml.shtml

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pet Scan e Consumo de glicose

A partir de junho, o exame PET Scan terá a cobertura dos planos de saúde para diagnóstico de câncer de pulmão, segundo resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O assunto será um dos temas do XXV Congresso Brasileiro de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem Molecular, que acontece entre 4 e 7 de setembro de 2010, em Belém do Pará.

O câncer de pulmão é o tipo mais comum no mundo e responsável pela maior mortalidade por câncer em pacientes do sexo masculino. Segundo a última estimativa mundial, em 2008, chegou a quase 1 milhão e meio de óbitos, sendo 52% em países desenvolvidos. O número de casos novos de câncer de pulmão estimados para o Brasil, em 2008, era de mais de 27 mil casos. Esses valores correspondem a um risco estimado de 19 casos novos a cada 100 mil homens e de 10 para cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de pulmão é o terceiro mais frequente no Brasil.

“O PET/CT é o mais moderno exame da Medicina Nuclear e consolidou papel fundamental no diagnóstico e no tratamento de pacientes com câncer”, afirma o Dr. José Soares Jr, presidente da SBBMN. O método consiste basicamente em fundir imagens funcionais, altamente sensíveis, com imagens anatômicas de alta resolução da tomografia computadorizada. Em paciente com câncer, isso resulta em imagens de corpo inteiro em todas as áreas com tumor metabolicamente ativo, com alguns milímetros apenas, que permitem avaliar, ao mesmo tempo, presença, localização, detalhes morfológicos e funcionais dessas áreas.

Os tumores malignos consomem glicose avidamente e é isso que faz com que sejam detectados através do PET Scan com glicose marca, viabilizando a avaliação do metabolismo de órgãos “in vivo”. De modo geral, a PET/CT permite diferenciar lesões benignas de malignas, como avaliação do nódulo pulmonar solitário, definir o estadiamento do câncer e monitorar a resposta ao tratamento. Esses dados são fundamentais para que o médico decida de forma segura e rápida sua conduta, que pode incluir quimioterapia, radioterapia, cirurgia e outros procedimentos.
http://www.hospitalar.com/congressos/ev2390.html

Pet Scan x Glicose

Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET ) Equipe Oncoguia Última atualização: 27/01/2010

O PET Scan (ou PET/CT), é a sigla para Positron Emission Tomography ou, em português, Tomografia por Emissão de Pósitrons, é uma modalidade de diagnóstico por imagem que permite avaliar funções importantes do corpo, tais como o fluxo do sangue, o uso do oxigênio, e o metabolismo do açúcar (glicose), ajudando aos médicos a avaliar como os órgãos e os tecidos estão funcionando.

Para que serve
A detecção de anormalidades metabólicas através da tomografia por emissão de pósitrons (PET Scan) tem sido aplicada nas áreas de oncologia, neurologia e cardiologia.

Os avanços na área de diagnósticos por imagem utilizando o PET Scan têm permitido diagnósticos mais precisos de diferentes doenças, possibilitando um planejamento terapêutico mais adequado ao paciente.

O PET scan é realizado para:
Detectar tumores cancerígenos
Determinar se o câncer se espalhou pelo corpo e quanto (metástases)
Avaliar a eficácia de um determinado tratamento, por exemplo, a terapia contra câncer que um paciente recebe
Determinar se o câncer retorna após o tratamento
Determinar o fluxo do sangue que chega ao músculo cardíaco
Determinar a lesão no coração que provocou um infarto cardíaco
Identificar áreas do músculo cardíaco que se potencialmente podem se beneficiar de um procedimento invasivo, por exemplo, angioplastia
Avaliar anormalidades no cérebro, tais como tumores e alterações da memória
Estudar o funcionamento normal do cérebro e coração humanos

http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=86&id=472&menu=2

Metade dos mortos de SP por gripe A era doente crônico

08/04/2010 - 14h30
São Paulo - Os portadores de doenças crônicas ainda são as maiores vítimas da Influenza A (H1N1), a chamada gripe suína, no Estado de São Paulo: 56% dos óbitos de 2009 foram de pessoas com obesidade, pneumopatias e cardiopatias. É o que revela o levantamento realizado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, divulgado hoje. Os portadores de doenças crônicas fazem parte de um dos grupos prioritários para imunização e devem se vacinar até 23 de abril, junto com gestantes e crianças com idade entre seis meses e dois anos.

O dado demonstra a importância da vacinação para os grupos preferenciais, que devem acompanhar o calendário de imunização. Atualmente, na terceira etapa da campanha, devem tomar a vacina adultos saudáveis entre 20 e 29 anos - são 7,3 milhões de paulistas nesta faixa etária.

"É importante que as pessoas fiquem atentas às datas correspondentes ao seu grupo de vacinação, em especial os portadores de doenças crônicas, cujos estudos apontam como as principais vítimas no ano passado. A vacinação é indispensável", alerta o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

Balanço preliminar aponta que até 1º de abril 2 milhões de pessoas foram imunizadas contra a gripe A em todo o Estado. Só na Capital, mais de 600 mil pessoas receberam a dose. Foram vacinados 577,2 mil trabalhadores da saúde, 659,3 mil doentes crônicos, 526,2 mil crianças com mais de seis meses e menores de 2 anos, 228,2 mil gestantes e 4,8 mil índios.

Pontos de vacinação
Durante a campanha as pessoas terão à disposição 3.800 pontos de vacinação em todo o Estado, localizados nas Unidades Básicas de Saúde, que funcionarão de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. Excepcionalmente neste sábado, os postos ficarão abertos no mesmo horário para que a população conte com mais uma data para a imunização. A recomendação é que as pessoas levem a caderneta de vacinação.

De 24 de abril a 7 de maio, quarta etapa, receberão a vacina contra a influenza A (H1N1) os idosos com 60 anos e mais portadores de doenças crônicas. Os demais idosos irão tomar a vacina contra a gripe comum (sazonal). Na última etapa, de 10 a 21 de maio, a população-alvo será os adultos com idades entre 30 e 39 anos. A campanha segue orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina é segura e eficaz. A única contraindicação é para quem tem alergia a ovo de galinha.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/estado/2010/04/08/metade-dos-mortos-de-sp-por-gripe-a-era-doente-cronico.jhtm

Exemplo dos pais é fundamental na boa alimentação infantil

Nutricionista dá dicas de como inserir alimentos saudáveis na dieta da criança.
“Meu filho não come!”. Essa é uma das principais queixas dos pais de crianças em idade pré-escolar (entre 1 e 6 anos). Em alguns casos o assunto requer preocupação e investigação para saber se há um problema mais sério. Mas, na maioria das vezes, de acordo com Thelma Fernandes Feltrin Rodrigues, especialista em nutrição, a questão está ligada aos hábitos alimentares da família.

“Os filhos espelham os hábitos e os costumes dos pais, portanto, não dá para exigir que eles comam verduras e legumes se esses alimentos não fazem parte do cardápio da casa. Por não apreciarem determinadas hortaliças, alguns pais não compram, não preparam e não oferecem às crianças”, observa.

Thelma diz que a criança está experimentando novidades nessa fase de transição, passa a ter acesso às guloseimas propagandeadas pela mídia e começa a deixar de lado os hábitos saudáveis – ingestões de sopas e de sucos – de quando era bebê. “É muito importante sentar- se na mesa e comer junto com a criança os alimentos que ela rejeita. Vendo os outros integrantes da família comer, a criança voltará a experimentar”, explica.

Os pais devem explicar para os filhos, desde cedo, a importância de se ter uma dieta saudável e variada, dizendo (em linguagem apropriada) que os alimentos vão ajudá-los a crescerem fortes e com os cabelos e as unhas mais bonitos. Nos casos mais difíceis, Thelma aconselha recorrer a um nutricionista, que pode ajudar dando dicas de preparo de pratos saborosos com os ingredientes que a criança recusa. O momento das refeições, segundo a especialista, deve ser agradável e prazeroso, devendo-se evitar o desvio da atenção da criança com televisão ou brinquedos.

O que não pode faltar?
Todos os nutrientes, como as vitaminas, os minerais, as proteínas, as gorduras e os carboidratos, são essenciais para o bom desenvolvimento neuropsicomotor e o crescimento adequado dos filhos, por isso, é tão importante uma alimentação contrabalançada e variada.

“São durante os primeiros anos de vida que a criança forma hábitos alimentares, portanto, uma alimentação saudável e equilibrada, incentivada precocemente, trará reflexos positivos em sua saúde. As mães não podem se esquecer de oferecerem diariamente aos seus filhos cereais, grãos, frutas, laticínios, carnes, legumes e verduras. Além disso, a oferta de água é fundamental ao bom funcionamento do organismo infantil”, enumera a nutricionista.

A alimentação saudável, segundo a especialista, deve ser priorizada desde os primeiros meses de vida da criança, logo após o período de aleitamento materno exclusivo, que deve durar até o sexto mês de vida. Aos poucos, após essa fase, o pediatra deve orientar a introdução de novos alimentos, como sucos naturais e papas de frutas frescas, de legumes e de carnes.

De acordo com a nutricionista, chocolates, guloseimas e fast foods devem ser limitados. Não é preciso proibir, mas a criança precisa saber que esses produtos não podem ser consumidos todos os dias. Thelma alerta ainda para que os pais não utilizem alimentos com muito açúcar como recompensas, pois oferecer balas, pirulitos e chocolates quando o filho come toda a refeição é um erro. “Esses alimentos são altamente calóricos e contribuem muito para o surgimento da obesidade na infância”, esclarece.
http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/04/09/exemplo-dos-pais-e-fundamental-na-boa-alimentacao-infantil/

Gripe suína

09/04/2010 - 15h09
País teve 50 mortes por gripe suína desde o início do ano

Desde o início do ano, o país registrou 50 mortes por gripe suína, ou influenza A (H1N1). Metade das vítimas residia no Pará (25), segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde.

As outras ocorreram nos seguintes Estados: Paraná (8), Amazonas (6), Amapá (2), Maranhão (2), Minas Gerais (2), Goiás (1), Piauí (1), Ceará (1), Paraíba (1) e São Paulo (1). A maioria das vítimas (72%) era mulher.

Também foram registrados 361 casos de pessoas internadas com doença respiratória grave em todo o país até o último dia 3. Mais da metade (56,2%) na região Norte (203 casos).

Vacinação
O balanço parcial da campanha de vacinação, anunciado hoje pelo ministro José Gomes Temporão, é de 13,5 milhões de brasileiros imunizados. O total representa cerca de 22% do público-alvo (58 milhões de pessoas) das três primeiras etapas, no período que vai até o dia 23 de abril.

Na primeira fase da campanha, mais de 90% dos trabalhadores de saúde foram imunizados, valor que superou a meta, além de 56% dos indígenas. Na segunda etapa, 66% das crianças de até 2 anos, 32,8% dos doentes crônicos e 41% das gestantes foram vacinados. Os índices fizeram com que fez a pasta prorrogasse a etapa até 23 de abril. Cerca de 10% dos jovens de 20 a 29 anos - alvos da terceira fase - já receberam a vacina.

Neste sábado (10), o governo federal promove o “Dia Nacional de Vacinação contra a Gripe H1N1”. Todos os 36 mil postos de vacinação do país deverão estar abertos para imunização de doentes crônicos com menos de 60 anos, grávidas em qualquer período de gestação, crianças de seis meses a menores de dois anos e adultos de 20 a 29 anos. "Vou tirar meus quatro filhos da cama bem cedo amanhã e levá-los para se vacinar no Rio", comentou Temporão em entrevista coletiva à imprensa.

De 24 de abril a 7 de maio, está prevista a imunização de pessoas com mais de 60 anos que sofrem doenças crônicas. A última etapa, de 10 a 21 de maio, é voltada para a população de 30 a 39 anos. O Ministério adquiriu 113 milhões de doses para vacinar 91 milhões de pessoas contra gripe pandêmica. A meta é imunizar pelo menos 80% desse público-alvo.

Segurança
No evento, o ministro também enfatizou a segurança da vacina, chamando a atenção para "mitos e disparates" divulgados pela internet. "Não houve nenhum registro de complicação até agora", afirmou. Apenas sintomas como mal-estar passageiro e dor local têm sido relatados, segundo ele. A vacina é contraindicada para quem tem alergia ao ovo.

Em 2009, a gripe suína causou 43 mil casos graves e 2.051 mortes no país. Nas gestantes, a mortalidade foi 50% maior que na população geral.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/04/09/pais-teve-50-mortes-por-gripe-suina-desde-o-inicio-do-ano.jhtm

Câncer e carboidrato de alto índice glicêmico

Em setembro passado fizemos diversas visitas a pesquisadores que trabalham com nutrição e câncer. Alguns textos e livros começaram a surgir afirmando que carboidratos de alto índice glicêmico principalmente poderiam causar câncer. Índice glicêmico, de forma simplificada, corresponde à alteração que o carboidrato consumido ocasiona na glicemia, sendo assim, carboidrato de alto índice glicêmico provoca elevação significativa da quantidade de glicose no sangue (glicemia).

Em busca de mais informações começamos nova visita com Dra. Dominique Michaud, formada em Saúde Pública pela Harvard, foi professora associada da Harvard, foi pesquisadora do Instituto Nacional de Câncer dos EUA e hoje está no Imperial College of London.

Dra. Dominique estuda câncer, principalmente de pâncreas e consumo de carboidrato de alto índice glicêmico. Ela coloca que alguns anos atrás ela realizou estudo onde demonstrou que ratos, com câncer de pâncreas, tinham este câncer evoluído de forma mais rapidamente, quando eram mantidos sedentários e submetidos à dieta rica em carboidrato de alto índice glicêmico. No entanto, o grupo de animais que tinha câncer, comia carboidrato de alto índice glicêmico, mas era exercitado, não teve o crescimento do tumor acelerado por este tipo de carboidrato. Ela afirma que este resultado não é suficiente para dizer que o carboidrato de alto índice glicêmico provoca o crescimento de células cancerígenas, principalmente porque, segundo ela mesma, nenhum outro pesquisador foi capaz de replicar estes dados, isto é, só ela mostrou esta relação de câncer de pâncreas e carboidrato de alto índice glicêmico. Segundo a Dra. Dominique, os estudos têm demonstrado que o consumo de carboidrato só acelera o crescimento de células cancerígenas em animais, ou humanos obesos, sedentários e diabéticos.

Segundo ela, mais estudos são necessários para comprovar a relação de carboidrato e câncer de pâncreas, mas ela afirma que o carboidrato de alto índice glicêmico por si só não é capaz de iniciar o processo de formação de células cancerígenas.
http://nutritips.blog.uol.com.br/arch2010-04-11_2010-04-17.html#2010_04-12_08_56_59-144488267-0

Algas

Dieta rica em sushi pode modificar genes da flora intestinal humana

Estudo examinou algas vermelhas 'Porphyra'
Uma dieta rica em comida japonesa, como os tradicionais sushis, pode transferir genes de bactérias marinhas para a flora intestinal humana, permitindo a absorção de nutrientes que de outra forma o corpo humano não conseguiria digerir, indica um estudo publicado na revista científica Nature.

Segundo os pesquisadores da Universidade Pierre et Marie Curie (UPMC), em Paris, ao comer as algas, as pessoas também ingerem bactérias marinhas que contêm o código genético para secretar uma enzima digestiva capaz de "quebrar" as algas em moléculas menores.

Os cientistas apontam que esses gentes são benéficos para o ser humano, porque permitem a absorção de nutrientes das algas que provavelmente não poderiam ser digeridos de outra forma.

Para os especialistas, a descoberta mostra que os alimentos e a maneira como os preparamos têm o potencial de influenciar a flora intestinal do homem.

Em outro artigo publicado na mesma edição da Nature, o microbiologista americano Justin Sonnenburg, da Universidade de Stanford, destaca que o estudo francês mostra ainda a importância de as bactérias da flora humana se adaptarem às constantes mudanças da nossa dieta e nosso ambiente.

Flora
A equipe de cientistas da UPMC, liderada por Jan-Hendrik Hehermann, conseguiu isolar uma nova enzima digestiva encontrada em bactérias que vivem nas algas vermelhas Porphyra, entre as quais está o nori, usado nos sushis.

Examinando centenas de bases de dados genéticas para tentar descobrir onde mais poderiam encontrar essa enzima, os cientistas a acharam em bactérias intestinais de um grupo de 13 japoneses.

"Cinco dessas 13 pessoas tinham este mesmo gene em sua flora intestinal. E o resto apresentou genes similares que codificam enzimas semelhantes", explicou Mirjam Czjzek, também da UPMC.

"Quando examinamos o estudo genômico da flora intestinal de um grupo de americanos, vimos que nenhum deles apresentou o mesmo gene."

Segundo Czjzek, a rota "mais provável" para as bactérias marinhas chegarem ao intestino é a ingestão das algas.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/04/100408_sushigenesml.shtml

Mídia veicula visão otimista sobre o câncer

12 de abril de 2010 (Bibliomed). O câncer constitui um tema comumente noticiado pela mídia. Aproximadamente metade dos norte-americanos com câncer morre em decorrência da doença ou de complicações relacionadas. Entretanto, não se sabe se as notícias da mídia refletem esta realidade.

A revista Archives of Internal Medicine publicou em seu último número um estudo realizado na Universidade da Pensilvânia (EUA) que avaliou a cobertura da mídia quanto ao tratamento e aos desfechos do câncer. Foram avaliados 8 jornais e 5 revistas de grande impacto, sendo encontrados 436 artigos sobre câncer; 32,1% dos artigos enfocaram a sobrevida e apenas 7,6% abordaram a mortalidade.

Nos resultados observados, apenas 13,1% dos artigos relataram que os tratamentos agressivos para o câncer podem falhar e 30% afirmaram que os tratamentos agressivos podem resultar em efeitos adversos. Embora a maioria dos artigos (57,1%) tenha discutido exclusivamente os tratamentos agressivos, quase nenhum (0,5%) abordou o tema cuidados paliativos exclusivamente e apenas poucos (2,5%) discutiram ambos os temas. Estes dados indicam que as reportagens sobre o câncer discutem frequentemente tratamentos agressivos e sobrevida, mas raramente abordam falha terapêutica, efeitos adversos, cuidados paliativos ou morte.

Segundo os autores, esta representação do câncer na mídia pode fornecer aos pacientes uma visão inapropriadamente otimista sobre tratamento, desfechos e prognóstico do câncer.

Fonte: Archives of Internal Medicine, Volume 170, Number 6, 2010, Pages 515-518.
Copyright © 2010 Bibliomed, Inc.
http://bibliomed.uol.com.br/news/index.cfm?news_id=7579&mode=browse

domingo, 4 de abril de 2010

Cientistas propõem imposto sobre açúcar para reduzir consumo de doces

Claudia Varejão Wallin
De Estocolmo para a BBC Brasil

O país tem o índice mais alto de consumo de balas e doces do mundo
Cientistas do prestigiado Instituto Karolinska, da Suécia, decidiram propor a criação de um "imposto do açúcar" no país, a fim de reduzir o índice de consumo de balas e doces pela população – que seria, segundo eles, o mais alto do mundo.

"Já é hora de a Suécia debater um imposto do açúcar, e usar o dinheiro arrecadado para reduzir os preços de frutas e verduras", dizem os pesquisadores, em artigo publicado nesta semana no jornal sueco Dagens Nyheter.

O texto afirma que os suecos são os maiores consumidores globais de balas, doces e chocolates. O total seria de quase 17 quilos por pessoa ao ano. Também a cada ano, os suecos consomem em média 90 litros de refrigerantes e outras bebidas à base de açúcar.

Em entrevista à BBC Brasil, o cientista Lennart Levi, um dos autores do artigo e também deputado do Parlamento sueco, afirmou que levará a proposta de criação do imposto do açúcar ao governo sueco. Segundo ele, o objetivo central é alertar as pessoas sobre as consequências graves do alto consumo de açúcar:

"As pessoas gostam de coisas doces, mas é impressionante a ignorância generalizada de que o consumo elevado de balas, doces, refrigerantes e bebidas à base de açúcar representam uma exposição desnecessária ao risco de morte prematura como resultado de diabetes, câncer e ataques cardíacos", ressaltou Levi, Professor Emérito do Instituto Karolinska.

'Proposta realista'
Segundo ele, não se trata de proibir, e sim reduzir o consumo de açúcar. De acordo com os cientistas, o exemplo do tabaco e do fumo é prova do êxito da iniciativa de aplicar mecanismos de preço e impostos para reduzir o consumo.

Na Suécia, a introdução de altas taxas sobre os cigarros fez o país conquistar um dos mais baixos índices de fumantes do mundo, em torno de 12% da população.

"O governo tem vários instrumentos à sua disposição para alterar padrões indesejáveis de consumo: informação, impostos e subvenções, leis e normas, apoio direto, pesquisa científica e educação. No trabalho contra o consumo de cigarros e álcool, o governo usou todos estes instrumentos. O mesmo deve ser feito contra a obesidade e seus riscos", diz o artigo, observando que os preços de balas e refrigerantes não aumentaram tanto quanto os de frutas e verduras entre 1985 e 2008.

Para Lennart Levi, a proposta do imposto sobre o açúcar é “realista”.

"Não é nada muito dramático. Basta introduzir um elevado imposto sobre balas, doces, refrigerantes e outras bebidas à base de açúcar", disse ele.

No artigo do jornal Dagens Nyheter, os autores indicam que Noruega, Dinamarca e Islândia já introduziram algum tipo de imposto sobre refrigerantes e determinados alimentos de alto teor de açúcar, e que a Finlândia planeja fazer o mesmo ainda este ano.

Na Suécia, de acordo com os autores do artigo, a população consome o dobro da média europeia de balas e doces.

Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Saúde Pública da Suécia (Folkhälsöinstitutet), mais de dez por cento da população adulta do país é classificada como obesa. Entre as crianças, o índice é de três a cinco por cento - o dobro dos números registrados em 1990.

O artigo observa ainda que, de acordo com a Agência Nacional de Alimentos (Livsmedelsverket), quase 25 por cento da energia consumida por crianças de até 15 anos de idade provém de alimentos ricos em gordura e açúcar e de baixo teor de nutrição.

"É claro que praticar exercícios é importante, mas na realidade a questão é reduzir o consumo deste tipo de alimentos", observa o artigo.

Além de Lennart Levi, o artigo é assinado pelos cientistas Claude Marcus e Stephan Rössner. O artigo teve ainda a contribuição de André Persson e Thomas Hedlund, autores do popular livro Godis år folket ("Balas para o povo", em tradução livre).
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/04/100401_imposto_acucar_cv_np.shtml

Algas marinhas podem reduzir obesidade

Fibra da alga marinha pode ajudar corpo a absorver menos gordura
Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha afirma que algas marinhas podem ser usadas para combater a obesidade.

A equipe de cientistas da Universidade de Newcastle descobriu que os alginatos, uma fibra extraída das algas, ajudam o corpo a reduzir a absorção de gordura em até 75%. O índice é melhor do que a maioria dos tratamentos contra obesidade.

Os cientistas estão fazendo testes com a fibra adicionada a pão, para determinar o efeito que ela teria em uma dieta normal.

"Essa pesquisa sugere que se nós podemos adicionar fibras naturais a produtos usados diariamente, como pães, biscoitos e iogurtes, até três quartos da gordura contida em uma refeição podem passar diretamente pelo corpo", afirma Iain Brownlee, da equipe de pesquisadores de Newcastle.

"Nós já adicionamos o alginato ao pão e testes iniciais de gosto têm sido extremamente animadores."

Estômago artificial
Os cientistas usaram um "estômago artificial" para testar a eficácia dos 60 tipos diferentes de fibras naturais ao medir o quanto cada um afeta a digestão da gordura. O estômago artificial é um aparelho que replica as reações físicas e químicas do estômago humano.

As descobertas foram apresentadas na Sociedade Americana de Química, durante uma conferência em San Francisco, nos Estados Unidos.

"Há inúmeros relatos de curas milagrosas para se perder peso, mas apenas alguns poucos casos têm evidência científica sólida para amparar esses relatos."

Alginatos já são atualmente adicionados a alguns alimentos em pequenas quantidades, para aumentar a sua consistência.

Para o diretor do National Obesity Fórum (NOF), uma entidade britânica que reúne médicos e estudiosos, a descoberta é "interessante".

"A pesquisa parece interessante, mas nós só podemos começar a recomendar [as algas] se os cientistas conseguirem gerar boas provas após testes rigorosos."
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/03/100322_alga_gordura_dg.shtml

Compulsão por gordura funciona como vício em cocaína

Pesquisa mostrou efeitos de alimentos gordurosos no cérebro
Uma pesquisa publicada esta semana afirma que os mecanismos do corpo que provocam vício em drogas são os mesmos que geram a compulsão por comer alimentos calóricos.

A pesquisa feita pelo Scripps Research Institute, no Estado americano da Flórida, afirma que, assim como o vício em drogas como cocaína, a compulsão por comidas gordurosas – como doces e frituras – é extremamente difícil de ser combatida.

O estudo, realizado com camundongos, mostra que as partes do cérebro que lidam com o prazer deterioram-se gradualmente na medida em que o consumo vai aumentando.

Essas regiões do cérebro vão respondendo cada vez menos aos estímulos, o que fez com que os camundongos comessem cada vez mais, tornando-se obesos.
O mesmo teste foi realizado com heroína e cocaína, e os ratos responderam da mesma forma.

Obesidade
Para o cientista Paul Kenny, que coordenou a pesquisa de três anos, uma dieta com alimentos gordurosos possui elementos que viciam.
"No estudo, os animais perderam completamente o controle sobre seu hábito de alimentação, o primeiro sinal de vício. Eles continuaram comendo demais mesmo quando antecipavam que receberiam choques elétricos, mostrando o quão estimulados eles estavam para consumir a comida."

A experiência foi feita com alimentos que provocam obesidade se consumidos em excesso, como bacon, salsichas e cheesecakes. Os animais começaram a engordar imediatamente.

O cientista relata que quando a dieta foi trocada por alimentos mais saudáveis, alguns deles se recusaram a comer e preferiram não se alimentar.

Prazer
Depois de analisar o resultado da pesquisa com camundongos, Kenny e sua equipe estudaram os mecanismos que provocam a compulsão.
O receptor D2 responde à dopamina, um neurotransmissor que está relacionado à percepção de prazer – como o provocado por comida, sexo ou drogas.

Quando há excesso no consumo de drogas como cocaína, por exemplo, o cérebro é "inundado" com dopamina, aumentando a sensação de prazer. Um processo semelhante acontece com dietas gordurosas. Com o tempo, no entanto, o cérebro recebe menos dopamina.

A pesquisa foi publicada neste domingo no jornal Nature Neuroscience.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/03/100329_gordura_vicio_dg.shtml

terça-feira, 30 de março de 2010

Fogo e flexibilidade

Fogo e flexibilidade definem dieta humana, dizem cientistas
Dietas de alto valor nutritivo tornaram-se necessárias para sustentar as exigências energéticas do cérebro
13 de fevereiro de 2009

Richard Wrangham já provou praticamente todas as coisas que os chimpanzés comem na África, e uma vez pensou na hipótese de descobrir se conseguiria viver dessa dieta. "Percebi que ia passar um bocado de fome", disse ele. "Seria difícil para um ser humano sobreviver numa dieta de chimpanzé". A assinatura da dieta humana é o cozimento, disse ele numa reunião da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS). Ao alterar a forma de amidos, gorduras e proteínas, o cozimento concentra nutrientes nos alimentos, disse ele e a um painel que debateu os hábitos alimentares dos primeiros seres humanos. Alinhados sobre a mesa estavam vários crânios antigos, provas do desgaste causado pelas comidas primitivas, sorrindo para a plateia. O que nossos antepassados mais remotos comiam é, há tempos, assunto de especulação entre antropólogos como Wrangham, da Universidade Harvard. cada vez mais evidências trazem pistas sobre a dieta primordial. "O marco da dieta humana é flexibilidade, a capacidade de encontrar ou criar uma refeição em qualquer ambiente", disse o antropólogo William Leonard, da Universidade Northwestern. Dietas de alto valor nutritivo tornaram-se necessárias para que os seres humanos pudessem satisfazer as crescentes exigências energéticas de um grande cérebro. Os elementos essenciais da dieta humana têm densidade nutricional muito maior que os de outros primatas, que conseguem subsistir de folhas e frutos, disse ele. O tamanho e formato da mandíbula, e o desgaste dos dentes podem nos dizer muito sobre o que os povos antigos comiam, disse Peter Ungar, da Universidade de Arkansas.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,fogo-e-flexibilidade-definem-dieta-humana-dizem-cientistas,323547,0.htm

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